quinta-feira, 9 de julho de 2009
A História dos Vencedores
terça-feira, 30 de junho de 2009
Pequeno conto que virou lenda...
Esse texto fará parte do livro "Meu Velho Chico", a ser publicado ao final da expedição.
sábado, 27 de junho de 2009
Natureza Selvagem
Esse texto fará parte do livro "Meu Velho Chico", a ser publicado ao final da expedição.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
De Iguatama a Três Marias: momento de decisão!
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Diretora Lucivane Lamournier Faria e Presidente da Fundação, Marcos Rodrigues mostrando urna funerária indígena encontrada no Municipio de Iguatama
Almoço em Iguatama com prefeito e convidados
Primeiras remadas em direção a Lagoa da Prata
domingo, 14 de junho de 2009
IGUATAMA - PRIMEIRA PARADA
Muitas coisas para contar, mas serei breve, pois a jornada continua...
Dia 28 de maio saímos de Ribeirão Preto com destino à Serra da Canastra. Paulo Eduardo e Heitor haviam me reservado uma estraordinária surpresa: não só me acompanhariam na primeira parte da expedição, fazendo a trilha da nascente até a base da Casca Danta, mas chegaram com o Toyota todo grafitado com o emblema da expedição (criado e produzido pelo Heitor), slogan "Meu Velho Chico" estampado na carroceria, de todos os lados! Meus grandes amigos, meus irmãos, muito obrigado!
A trilha da nascente (que não existe), durou um dia e meio; pernoitamos no meio do mato, sem barraca, à luz das estrelas e o respingo da garoa! Trajeto fantástico, com muitas cenas dignas de uma viagem dessa mgnitude!
Pernoitamos na Pousada Barcelos na noite seguinte e fomos para Vargem Bonita onde, depois dos preparativos, colocamos a canoa no rio São Francisco e dei início à viagem. Eram os primeiros passos da longa extensão do Velho Chico.
Logo à saída, a surpresa! Nem bem havia me adaptado à nova situação e percebi que as corredeiras já tinham começado! Primeiro suaves e brandas, depois foram se tornando cada vez mais agitadas, difíceis e cansativas para quem nunca havia passado por uma corredeira! Lembrei-me dos amigos do Tonhão: "corredeiras no rio São Francisco? Isso não existe!".
Existe sim, com águas brancas e tudo! E logo tive de me adaptar a elas, administrando as curvas do rio, ora à direita, ora à esquerda, uma atrás da outra, em uma sucessão de ziguezagues que se tornariam minha nova rotina de navegação pelos próximos 12 dias!
Cada curva, uma corredeira! Essa era a lei do rio! A princípio, achei divertido, curtia cada manobra e já me achava expert em corredeiras. Remei assim por algum tempo até que chegou o horário combinado de procurar abrigo: 16 horas.
Pernoitei em um pasto, próximo a duas cachoeiras muito bonitas, com águas limpas e cristalinas. À minha frente, o primeiro obstáculo intransponível: uma corredeira que mais se parecia com uma cachoeira, tamanho era o volume de águas e a queda por onde eu deveria passar com a canoa. Olhei para os dois lados, procurando uma saída: não havia! Morros altos e íngremes, de ambos os lados, dificultavam a subida.
Improvisei uma escalada e andei alguns minutos, tentando ver a possibilidade de superar a cachoeira. Nada! O rio que gerou as cachoeiras, na verdade, fizera um profundo canyon na montanha, com mata densa e intransponível, além da dificuldade óbvia de ter que levar a canoa e todas as mochilas lá para cima.
Como estava muito perto da queda dágua, fiquei com receio de manobrar a canoa e cair, involuntariamente, na cachoeira. Coloquei as nadadeiras e atravessei o rio para averiguar a outra margem. Péssima idéia! Foi ainda mais difícil atravessar a nado!
E o pior: não havia passagem pelo outro lado também! Como já entardecia, resolvi montar a barraca, dormir e deixar que o sono me trouxesse alguma resposta.
Ao acordar, decidi levar a canoa pela margem direita, assim como a bagagem, fazendo uma travessia pelo paredão de pedras. Demorei quase o dia todo para levar tudo até a ponta das pedras, quase sobre a corredeira. Foi aí que encontrei um meio de baixar tudo para o outro lado. Fiz isso, com muito esforço, e segui minha viagem, satisfeito com a transposição de meu primeiro sério obstáculo.
Daí em diante, uma sucessão de dezenas de corredeiras me deixaria exausto! A cada dia eu evoluia apenas uns 2 km, no máximo! Dia a pós dia esse se tornou meu processo de avançar... ganhando cada metro de água com um enorme esforço!
E as corredeiras se tornavam mais difíceis e complicadas. De uma feita, a canoa se encheu de água e tive que me jogar para fora, evitando que ela emborcasse. Com enorme esforço eu a puxei para a margem e, com uma canequinha, retirei toda a água ( mais de 100 litros, com certeza!) e prossegui.
Aí a viagem já parecia uma competição de rafting: a velocidade que o barco atingia nas corredeiras era cada vez maior, mas eu estava me saindo bem e comecei a gostar da "brincadeira", até que em uma queda repentina bati com força em uma pedra submersa! Ouvi um estalido, como se o fundo do barco tivesse rachado. Caí novamente na água.
Parei e examinei precariamente os estragos, mas me pareceu que tudo estava bem. Assim se sucederam as corredeiras, às vezes ela me aceitando, outras me derrubando... até que, ao chegar no início de uma delas, percebi que já não havia tempo para voltar ou parar a canoa. Estava diante de uma rampa descendente, longa e muito inclinada, pronto a ser levado, em desabalada carreira, para fazer manobras impossíveis de escape das inúmeras pedras que se espalhavam por todo o caminho. Era um "tobogã cheio de gilletes afiadas", prestes a me "cortar em pedaços"!
Não havia o que fazer, e fui controlando, como pude, o traçado da canoa, às vezes batendo forte em uma pedra, outras levando um banho de água, segurando-me como podia no trajeto, até que, à minha frente, apareceu uma árvore caída sobre a água, sem lugar para me desviar.
Bati em cheio na árvore! Meu capacete foi arrancado, assim como o boné que estava sob ele! O barco se encheu de água e fui lançado para fora. Agarrei-me ao barco e ao remo, conforme a regra, e fui levado, aos "trancos e barrancos" até o final da corredeira, o que, para mim, demorou muitos minutos (eram segundos eternos, na realidade)!
Novamente, com o barco quase afundado, arrastei-me até margem. Dessa vez não havia jeito de tirar a água, senão esvaziando o barco. Desamarrei toda a carga e retirei os sacos. Virei a canoa e tirei a água. De ambos os lados, de fora e de dentro, o estrago era evidente: rachaduras severas tinham sido feitas no casco. Deixei o barco secar e fui montar meu acampamento improvisado, devido ao adiantado da hora.
No dia seguinte coloquei "silver tape" (uma espécie de adesivo muito resistente) em todas as rachaduras. Experimentei o resultado e constatei que não havia vazamentos. Recoloquei a carga e prossegui viagem. Esta não seria a pior corredeira, e decidi que daí em diante só faria as corredeiras mais fáceis, para evitar novos riscos.
Mas as portagens são muito cansativas, pois exigem o transporte da canoa e das cargas por caminhos não convencionais, às vezes tendo de abrir uma picada a facão no mato, e a evolução se tornou ainda mais lenta.
Alguns lugares não permitiam portagem, ou por falta de caminhos para passar, ou pela dificuldade e risco ainda maiores do que enfrentar as corredeiras. E assim, continuei a alternar corredeiras e portagens, me esforçando para não agravar os danos à embarcação.
Em uma dessas "corridas malucas", perdi todas as minhas cartas topográficas do IBGE, que me custaram tão caro, e que foram arrancadas de um saco, que se abriu, projetadas na água e dissolvidas pela correnteza.
Diante dos problemas e da falta de perspectivas de que essas corredeiras terminassem um dia, eu já estava quase decidido a abortar a expedição, assim que chegasse em um lugar onde pudesse ser socorrido. Isso porque, se eu chamasse por socorro àquela hora, não imaginava como alguém chegaria até lá, a não ser por helicóptero! E eu não queria passar por esse vexame: não estava em perigo, apenas exausto!
Quando já estava prestes a desistir, finalmente, em uma curva de rio, encontrei um barco a motor, com pescadores a bordo. Pensei: "se eles estão com esse tipo de embarcação é porque as corredeiras terminaram!". Pois, até então, nenhum barco a motor poderia passar por aquelas corredeiras.
De fato, perguntando aos pescadores, eles me confirmaram a notícia que esperava tão ansiosamente: era o fim das corredeiras! Remei com a maior disposição de minha vida e, depois de algumas horas, cheguei a uma ponte que liga Piunhi a São Roque de Minas, e sobre a qual eu sabia existir um restaurante, o do Beto, minha salvação!
Antes disso eu passei pela confluência do São Francisco com o Samburá. Há uma controvérsia a respeito da nascente do São Framcisco: alguns chamam a parte que passei de "Francisquinho" e ao rio que nasce da junção desses dois de "verdadeiro São Francisco". Isso porque o Samburá tem maior volume de águas do que o "Francisquinho" (com todo o meu respeito!).
Dizem até que existem duas nascentes: uma, histórica, que é a da Serra da Canastra, de onde vim; outra, geográfica, que é a do Samburá. Polêmicas à parte, cheguei, como disse, ao restaurante do Beto, onde jantei com um grupo de pescadores e passei ótimos momentos, conversando e cantando ao som de um violão e, pela primeira vez, consegui falar com a Luciana e com a Mory, que já estavam desesperadas por notícias! Mas não consegui falar com a Mônica...
Daí em diante foram dois dias de remada forte, e cheguei aqui, em Iguatama, onde me encontro agora. Mais uma surpresa: a cidade não chega à margem do rio, ou melhor, não há acesso pelo rio, a não ser subindo pelo barranco íngreme e barrento, uns 12 metros de altura!
A explicação é óbvia: na temporada de chuvas o rio chega a subir mais de 10 metros e cobre tudo, campos e plantações, atingindo a ponte. Tive que deixar a canoa no rio e subir com um mínimo de bagagens: equipamentos eletrônicos, o remo curvo, a sacola de emergência, uma sacola com algumas roupas... o resto ficou no barco, amarrado à beira do rio... disseram-me que ninguém roubaria nada e tive que acreditar...
O dono de um rancho a beira-rio me ajudou e guardou uma parte dos sacolões, além de me indicar um hotel bem próximo, onde me hospedei. Daí começaram as surpresas e alegrias dessa magnífica cidade.
O Bruno Barcelos, de São Roque de Minas, falou com um jornalista amigo seu, sobre minha expedição. Ele, que publica uma revista, "Circuito das Gerais", se interessou pelo assunto e resolveu vir de Belo Horizonte para me entrevistar. Seu nome: Clóvis Fonseca Closé Limongi, grande figura, que já considero meu amigo!
À noite, mais uma surpresa: Marcos, diretor da Faculdade de Ecologia e Estudos do Meio Ambiente, da Fundação Educacional Vale do São Francisco, de Iguatama, veio ao hotel com sua esposa, para me recepcionar, em nome do prefeito em exercício, Leonardo Carvalho Muniz.
Quanta gentileza desse povo hospitaleiro! Hoje passei o dia em visita a duas obras fantásticas da administração local: um centro de excelência em oftalmologia, que atende centenas de pacientes vindos de toda a região, e a Faculdade.
As duas iniciativas são fruto do idealismo político do prefeito Manoel Garcia Bibiano e do esforço, dedicação e abnegação de sua equipe de governo e voluntários que, com muito esforço, conseguiram tornar realidade. Falarei mais dessas pessoas oportunamente.
Amanhã partirei de Iguatama, levando a certeza de que existem pessoas corretas e idealistas, que batalham por seus objetivos e os tornam realidade por competência e zêlo. Ficará aqui meu coração e minha alegria de ter sido recepcionado com tanto carinho! Meu muito obrigado a toda essa gente mineira, generosa e sábia!
Até o próximo encontro, em Três Marias que, se não surgirem contratempos, será daqui a uns 15 a 20 dias!
domingo, 17 de maio de 2009
Preparativos Finais
Terei que restringir alguns objetivos da expedição devido ao descaso e desinteresse de universidades e centros de pesquisa (no caso da coleta de amostras de água ao longo do rio São Francisco), e das autoridades, de quem não recebi nenhuma resposta à elaboração do manifesto "Protocolo do São Francisco", nem para minhas solicitações de apoio logístico às portagens nas barragens da CHESF e da CEMIG.
Apesar dessas limitações, a expedição está assegurada. Farei todo o trajeto, conforme planejado. Ainda não sei qual será a solução para navegação em mar aberto no trecho entre a foz e Aracaju; pretendo analisar as alternativas quando chegar em Penedo.
Abandonei a idéia de gravar a minha passagem pelas corredeiras com câmera de aventura fixada no capacete, por falta de patrocínio, mas farei várias tomadas de vídeo ao longo do percurso. Pretendo obter depoimentos e relatos de histórias desse povo valente que mora há séculos à beira de nosso rio mais famoso e importante!
Dia 29 de maio irei para São Roque de Minas, na Serra da Canastra. De lá pretendo fazer a trilha da nascente até a cachoeira Casca D´Anta e até sua base. Lá ficarei hospedado no abrigo do parque de onde, no dia seguinte farei o percurso a pé, a partir desse ponto até o local onde devo embarcar, em Vargem Bonita. Essas trilhas já foram autorizadas pela gerência do parque. Nesse percurso terei a companhia de meus grandes amigos Paulo Eduardo Chagas e Heitor Luiz Arrais, cujo apoio e incentivo farão minha partida se tornar única e inesquecível.
Uma pendência ainda não solucionada é a visita ao Parque Nacional Cavernas de Peruaçu; embora tenha sido membro da Sociedade Brasileira de Espeleologia e da Redespeleo durante muitos anos, não recebi nenhuma resposta dessas entidades ou do IBAMA aos inúmeros pedidos de apoio que fiz para essa visitação. Agora, dependo da aprovação das autoridades locais.
Assim como os políticos, a imprensa também me ignorou: uma chegou até a publicar um artigo, que mais me atrapalhou que ajudou, pois referiu-se a meu projeto como o de um "paulista" que faria a travessia do São Francisco, criando-me constrangimentos com a população ribeirinha e esquecendo-se de que, antes de ser Paulista, sou Brasileiro como todos os moradores da bacia do Velho Chico. Outra revista me afirmou que, ao voltar, se eu for bem sucedido, publicará a reportagem! Oras, se eu tiver sucesso, e estou certo de que terei, não precisarei mais de nenhum apoio...
A despeito dos problemas (e serão muitos, ainda, até o final da expedição), sigo adiante com muita disposição e vontade de realizar meu projeto. Tenho certeza de que as organizações não governamentais que atuam no São Francisco me darão o apoio negado pelas autoridades! E estou disposto e determinado a dar também minha contribuição para o resgate dos valores sociais e ecológicos a esse bioma nacional.
Aguardem notícias minhas! Agradeço a todos que acreditaram em meu projeto! Foram poucos, mas são aqueles de quem preciso para não esmorecer! Farei atualizações neste blog durante as passagens pelas cidades ribeirinhas...
domingo, 26 de abril de 2009
"Declaração Universal dos Direitos da Água"
A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.
A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.
Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
sábado, 25 de abril de 2009
A Hipocrisia da Preservação Ambiental
terça-feira, 21 de abril de 2009
Preservação Ambiental
domingo, 12 de abril de 2009
Superação
sexta-feira, 3 de abril de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
Ulysses, minha canoa
domingo, 15 de março de 2009
Metáfora da Vida
quinta-feira, 5 de março de 2009
Razões do Existir
Mesmo diante da grandiosidade do Universo, da beleza incomensurável da Natureza e dos sentimentos altruístas que nos acometem eventualmente, buscamos no esotérico, no místico, no religioso, no eterno, a explicação das razões do existir.
No entanto, nossa pequenez não permite constatar a contradição que nos acomete e cega: ao mesmo tempo em que nos surpreende e extasia a percepção sensorial do Belo, através dos olhos, ouvidos e pele, com nossas próprias mãos, ferramentas e invenções o destruímos, contaminamos com nossos dejetos, corrompemos com atos, condenamos com omissões e covardias...
A existência de cada indivíduo, que mal ultrapassa um século, nos impõe os limites do tempo e espaço... o infinito é incompreensível! A existência do homo sapiens, que não chega a 10.000 séculos, nos credita a convicção de superioridade diante da Vida... A existência do Universo, a partir do Big Bang, que supomos não ultrapassar os 40 milhões de séculos, nos leva à indagação: mas, e antes disso, o que existiria?
E a resposta confortável fornece-nos a Bíblia: "no Princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus!"... e por uma palavra de Deus, o Universo se formou, e o dia se separou da noite, e a terra se separou das águas, e os seres vivos se diferenciaram da matéria inerte...
E tudo se resolve em nossas mentes... e, ainda que o Ser Humano venha a desaparecer da face da Terra, seja por uma fatalidade dos transtornos climáticos, seja por sua ação maléfica e daninha sobre a Natureza e sobre si mesmo, ainda assim, em outros planetas, haverá a Vida, que se perpetuará pela transformação e evolução natural, gerando ou não seres conscientes de si mesmos, sendo bela por si mesma, ainda que não percebida por ninguém, ainda que não tocada, não vista, não declamada em versos...
E, no entanto, na pequenez de nós mesmos, estaremos a acreditar que a Beleza existe apenas porque nossos sentidos a tornam assim... e que o Universo foi criado apenas para que nós, reles seres humanos, vermes cósmicos imperceptíveis, consumíssemos seus recursos, impunemente, ao nosso bel-prazer! E que, por isso, somos eternos!
Minha missão, consciente de minha insignificância no concerto do Universo, será a de tão-somente declarar minha gratidão por existir, de dedicar a vida que me resta a lutar pela preservação da Natureza, por ser capaz de perceber tanta beleza e poder compartilhar, em palavras e atos, meus sentimentos com vocês...
quarta-feira, 4 de março de 2009
Solidariedade
Já quase não consigo dormir, tamanha é a expectativa de estar no rio, remando horas a fio, na imensidão das águas de um dos maiores rios nacionais, sem imaginar o que me espera a cada curva, sem saber onde irei pernoitar, como irei me relacionar com esse "eu" que se oculta na algazarra das cidades, sozinho com meus pensamentos...
À noite, olhando para o céu, milhões de estrelas iluminarão minha barraca, sons os mais diversos, em uma sinfonia natural de animais desconhecidos, na música que se cria a cada instante... pura meditação... êxtase profundo e irreversível...
E a rotina se repetindo 120 vezes: acordar com a luz do sol, desfazer o acampamento, fazer a refeição matinal, montar o barco, fazer alongamento e seguir viagem... remar por duas horas, procurar um abrigo, fazer um lanche rápido e seguir viagem... mais duas horas e o almoço, repetição do lanche, um breve descanso e seguir viagem... mais duas horas e o lanche da tarde, sementes, frutas desidratadas, um pedaço de pão e queijo e seguir viagem... ao pôr-do-sol procurar abrigo, recolher a canoa, montar acampamento, fazer o jantar, escrever meu diário, arrumar a cozinha e adormecer...
No dia seguinte buscar a motivação para prosseguir, sem esmorecer, sem perder a consciência dos objetivos da viagem, registrando cada cena na memória, nas fotos, na filmagem dos acontecimentos que tecerão a trama de minha vida por três meses!
E estar preparado para plantar uma semente de umbuzeiro em cada parada... e motivado para fazer palestras, dar entrevistas, colher assinaturas em meu manifesto em cada cidade visitada, observando as faces, perscrutando as mentes dos seres simples, captando as tênues idiossincrasias de um povo que se oculta nos sertões desse país...
Esse é o meu sentimento de solidariedade para com esse povo esquecido de todos nós...
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Bacia do São Francisco
- Quatro regiões fisiográficas: Alto (da nascente até a região de Pirapora em Minas Gerais), Médio (Pirapora até Remanso na Bahia), Sub-médio (Remanso até Paulo Afonso na Bahia) e o Baixo ( Paulo Afonso até a foz entre Alagoas e Sergipe).
- Seis unidades federativas (Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas) e o Distrito Federal.
- Nascente histórica: Serra da Canastra, município de São Roque de Minas (MG).
- Nascente geográfica: Serra d' Água, município de Medeiros (MG).
- Extensão: 2.863 Km, superior ao rio Danúbio (2.775 Km).
- Área: 639.000 Km2, equivalente à soma dos estados da Alagoas, Minas Gerais e Sergipe ou da França e Portugal juntos.
- 503 municípios, sendo 101 na calha do rio.
- 14 milhões de habitantes, 9% da população brasileira.
- Vazão média de 2.980 m3/s, superior à do rio Nilo.
- Representa 2/3 da disponibilidade água doce do Nordeste.
- Biomas compreendidos: Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Zona Costeira.
- 32 sub bacias e 168 afluentes (99 perenes e 69 intermitentes).
- Potencial hidrelétrico de 25.795 MW, sendo 10.395 MW em operação distribuídos nas usinas de Três Marias, Queimados, Sobradinho, Itaparica, Complexo Paulo Afonso e Xingó.
- 22 Terras Indígenas representando 16 etnias.
- 5 comunidades remanescentes de quilombolas.
- 33 Unidades de Conservação: 15 de uso sustentável e 18 de proteção integral, totalizando 6.780.342,04 ha de áreas protegidas.
Depoimento de Manoel Bibiano, prefeito de Iguatama, MG
Charge na "Gazzeta do São Francisco"
Depoimento de Roberto Rocha, Lagoa da Prata, MG
Localidades Ribeirinhas
Vargem Bonita / MG | Ibotirama / BA |
Hidrelétrica de Três Marias / MG | Morpará / BA |
Pirapora / MG | Barra / BA |
Ibiaí / MG | Xique-Xique / BA |
Cachoeira do Manteiga / MG | Remanso / BA |
Ponto Chique / MG | Santo Sé / BA |
São Romão / MG | Sobradinho / BA |
São Francisco / MG | Juazeiro / BA |
Pedras de Maria da Cruz / MG | Petrolina / PE |
Januária / MG | Cabrobó / PE |
Itacarambi / MG | Hidrelétrica de Itaparica - PE / BA |
Matias Cardoso / MG | Hidrelétrica de Paulo Afonso / BA |
Manga / MG | Canindé de São Francisco / SE |
Malhada / BA | Hidrelétrica de Xingó - AL / SE |
Carinhanha / BA | Propriá / SE |
Bom Jesus da Lapa / BA | Penedo / AL |
Paratinga / BA | Piaçabuçu / AL |
Depoimento de Dom Frei Luiz Cappio, Bispo de Barra, BA
Principais Afluentes
Rio Abaeté | Rio Pandeira |
Rio Borrachudo | Rio Pará |
Rio Carinhanha | Rio Paracatu |
Rio Corrente | Rio Paramirim |
Rio das Velhas | Rio Paraopeba |
Rio Grande | Rio Pardo |
Rio Indaiá | Rio São Pedro |
Rio Jacaré | Rio Urucuia |
Rio Pajeú | Rio Verde Grande |
Entrevista à TV Sergipe, Aracaju
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