Quando o Brasil sediou a ECO 92 – Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, os meios de comunicação se ocupavam muito pouco da questão ambiental e a consciência ecológica era privilégio de poucos e esclarecidos cidadãos. Essa conferência, que aconteceu no Rio de Janeiro, estabeleceu o conceito de "Desenvolvimento Sustentável", que não apenas focava sua temática no meio ambiente, mas também no estabelecimento de uma sociedade mais justa, solidária e pacífica.
A Carta da Terra
"Para se atingir uma visão compartilhada de valores básicos que proporcione um fundamento ético à comunidade mundial emergente, a Carta da Terra, formalizada durante o encontro, foi estruturada em quatro grandes princípios. Estes princípios são interdependentes e visam a um modo de vida sustentável como padrão comum. Espera-se que através deles a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais seja dirigida e avaliada.
Respeitar e cuidar da comunidade de vida
Assegurar a integridade ecológica
Comprometer-se com a justiça social e econômica
Democracia, não-violência e paz como princípios universais
A Carta é um documento relativamente breve e conciso, escrito com linguagem inspiradora. É a articulação de uma visão que reflete valores universais e uma declaração de princípios fundamentais com significado perdurável e que pode ser compartilhada amplamente pelos povos da todas as raças, culturas e religiões. É uma chamada para a acção, que agrega novas dimensões significativas de valores às que já se encontram expressas em outros documentos relevantes e, ainda, uma Carta dos povos que deve servir como um código universal de conduta para pessoas, para instituições e para Estados." (Fonte: Wikipédia)
A ECO 92 tornou-se um marco entre a sociedade de desperdícios e consumismo e uma nova era que começa a se tornar realidade a partir desses princípios. Hoje, as ações que se desenvolvem em todas as esferas de poder e, principalmente, através de organizações não-governamentais, nos permite acreditar em um mundo mais justo, mais digno, mais pacífico e viável!
No entanto, em nosso país continental, os desequilíbrios culturais, econômicos, sociais e políticos favorecem a manutenção de situações insustentáveis para o meio ambiente. Na Amazônia, os interesses de madeireiros, mineradoras, latifundiários e de coronéis da política sobrepujam o bom senso e a honestidade de princípios, e ameaçam destruir o mais completo e diversificado ecossistema do planeta. Na zona costeira, a Mata Atlântica representa, hoje, menos de 7% do que foi na época do Descobrimento, e continua sendo ameaçada por mineradoras e latifundiários, mesmo em estados desenvolvidos como São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Em todo o país, nosso patrimônio espeleológico está ameaçado pela própria ação governamental que, pressionada pelas mineradoras, é tentada a liberar cavernas de inestimável valor científico, histórico, cultural e turístico para a extração de calcário, alumínio e outros minerais.
Os recursos hídricos de nosso país não têm paralelo em qualquer outra região da Terra; possuímos as maiores bacias hidrográficas do mundo, o maior aquífero subterrâneo, os maiores reservatórios artificiais. No entanto, nossas bacias hidrográficas sofrem agressões de toda espécie: esgotos das cidades, resíduos industriais, agrotóxicos...
A estratégia de longo prazo para todos esses males é a conscientização de toda uma geração que será herdeira de nosso planeta para que façam o que não fomos capazes de fazer: conter a destruição ambiental, mudar hábitos de consumo e preservar a Natureza. Como implementá-la? Através da educação ambiental em todos os níveis de ensino, o compromisso formal com o meio ambiente, a responsabilização civil e criminal por todas as agressões à Natureza. Se nossa geração perdeu a oportunidade de reverter esse quadro, ainda temos tempo para transformar os nossos descendentes e fazer deles cidadãos responsáveis e compromissados com o futuro da Humanidade!
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