segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Rio São Francisco sobe 15 metros e deixa Iguatama, MG, ilhada

14/01/2012 17h23 - Atualizado em 14/01/2012 17h57 - Fonte: g1.com.br

Órgãos de defesa social auxiliam moradores afetados pela chuva.

Em vários locais a água chegou a atingir a fiação da rede elétrica.

Do G1 Triângulo Mineiro
Rio subiu mais  (Foto: Reprodução/TV Integração)Rio subiu 15 metros (Foto: Reprodução/
TV Integração)
O Rio São Francisco, que corta algumas cidades de Minas Gerais, subiu 15 metros e várias áreas estão completamente isoladas. A Polícia Militar (PM), Bombeiros, Defesa Civil e voluntários se uniram em uma expedição para levar ajuda às comunidades ilhadas no Alto São Francisco. A situação mais crítica é em Iguatama, no Centro-Oeste, município no qual já foi decretada situação de emergência.

De acordo com o prefeito da cidade, Leonardo Carvalho Muniz, medidas estão sendo tomadas para ajudar a população. “Estamos atendendo a todas as necessidades das pessoas que ficaram ilhadas. A Defesa Civil, PM e Corpo de Bombeiros estão agindo e dando suporte para que possamos levar tranqüilidade para essas pessoas”, comentou.

Em vários locais de Iguatama a água chegou a atingir a fiação da rede elétrica. O problema é que a única forma de comunicação que as famílias ilhadas têm é o telefone rural e sem energia elétrica os aparelhos não funcionam.

Somente pescadores experientes como Domício Silva se arriscam a navegar pelas águas do São Francisco. “É perigoso porque é muito raro pegar um trecho que não tenha galhos de árvores. Temos que tomar cuidado para não bater o barco e capotar”, contou o pescador.

A tecnologia ajuda na orientação pela várzea alagada. Bombeiros utilizam um aparelho localizador.”O GPS é fundamental para saber onde estamos porque com a cheia subida do rio não dá para saber onde estamos e por isso há o risco de nos perder no leito do rio”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Kroehling Moura.No percurso não é possível identificar o que é rio ou margem e em vários trechos é preciso empurrar o barco. Em alguns pontos as áreas inundadas têm três quilômetros de largura.

Na cidade, 100 pessoas de três comunidades rurais estão ilhadas e receberam dos órgãos de defesa social alimentos, água e remédios. Há uma semana, a lavradora Celma Martins esperava por alimentos. "Veio em boa hora, a gente estava precisando e não tinha como sair de casa para comprar, não sei nem como agradecer”, disse ela.

Para que o problema não se agrave é preciso seguir algumas orientações da PM. “A população deve evitar sair próximo a pontos de alagamentos e ter paciência, pois nós estamos trabalhando em uma ação conjunta para dar assistência aos afetados pelos alagamentos", explicou o PM, Adriano Alves Costa.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

6ª Expo São Francisco destacou economia e cultura do Baixo São Francisco Alagoano

19/12/2011 18:25:00 fonte: http://www.conexaopenedo.com.br/c2/penedo/7621.html

imageFazendinha chamou atenção dos visitantes no estande da Codevasf.

A música ribeirinha do grupo Caçuá de Piaçabuçu, artesanato de couro de Batalha, no sertão alagoano, folguedos populares de Penedo, como a Dança das Peneiras, culinária regional, a exemplo do tradicional bolinho de arroz da Igreja Nova e da linguiça de tilápia dos estudantes de Engenharia de Pesca do Polo Penedo da Ufal e diversos produtos e serviços do Baixo São Francisco foram algumas das atrações da 6ª edição da Expo São Francisco, exposição agropecuária e cultural que a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) realizou na orla do rio São Francisco, em Penedo (AL), no último final de semana. A exposição reuniu nos dois dias evento, 16 e 17 de dezembro, aproximadamente duas mil pessoas que visitaram os vinte e seisexpositores para conhecer uma amostra da rica economia e cultura do Baixo São Francisco alagoano.

EXPOSIÇÃO

Presentes pelo segundo ano consecutivo à Expo São Francisco, as artesã de Batalha, município do semiárido alagoano, apresentaram no estande da Associação de Artesã de Couro de Batalha (AACB) sandálias confeccionados a base de couro de bovino, caprino e ovino. “Veio muita gente ver nosso trabalho. Conseguimos vender boas peças e divulgar nosso trabalho aqui em Penedo. Por isso, podem nos aguardar que, se Deus quiser, estaremos aqui de novo em 2012”, comemorou Joseane Clemente, uma das artesã filiadas à AACB, que produzem artesanato com a marca Sertaneja. Entre os destaques do estande, a famosa sandália “Xô Boi”.

Os visitantes da 6ª Expo São Francisco também puderam apreciar a variedade de sabores e ingredientes da culinária regional na praça de alimentação montada no local do evento. Na barraca Delícia do Pescado, estudantes do curso de Engenharia de Pesca do Polo Penedo/ Ufal apresentaram o resultado da aplicação de técnicas e tecnologias ao beneficiamento da tilápia. Segundo Laryssa Tycyana, estudante de Engenharia de Pesca  e uma das responsáveis pela barraca, a Delícia do Pescado foi organizada com o objetivo de promover o aumento do consumo de pesca, especialmente no Baixo São Francisco, e, consequentemente, estimular atividades em piscicultura. “A ideia surgiu no laboratório de Tecnologia de Pescado, sob responsabilidade da professora Talita Espósito, no qual são trabalhadas tecnologias que agreguem valor ao pescado”, explicou. No local, podia-se experimentar isca e bolinho de peixe. No entanto, o que chamava mais a atenção dos visitantes foi a linguiça de peixe.

Com o tema “São Francisco: parcerias para o desenvolvimento sustentável”, a 6ª Expo São Francisco reuniu vinte e seis instituições governamentais, públicas e privadas, entre elas as prefeituras de Penedo e Igreja Nova, a Fundação Casa do Penedo, Marinha do Brasil, Biscoitos D'Lícia de Penedo, Cooperativa Pindorama de Coruripe, as agroindústrias Paisa de Penedo e Marituba de Igreja Nova, Casa da Amizade de Penedo, Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas e Polícia Militar de Alagoas, entre outras instituições com atuação no Baixo São Francisco alagoano. A exposição teve apoio das prefeituras de Penedo e Igreja Nova.

CODEVASF

A Codevasf também montou um estande no evento para apresentação de suas ações, operações, projetos e programas. No local, os visitantes conheciam a produção agropecuária dos perímetro públicos de irrigação mantidos pela Codevasf em Alagoas: Itiúba em Porto Real do Colégio, Boacica em Igreja Nova. Um mapa na entrada do estande mostrava, por meio de ícones, os projetos executados pela Codevasf no vale do São Francisco alagoano, como os empreendimentos apoiados pelo programa de APLs da empresa e os investimentos do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. As espécies nativas do “Velho Chico”, como o piau e a xira, chamavam a atenção dos visitantes, assim como a fazendinha montado no local do evento para destacar o apoio da Codevasf à ovinocaprinocultura por meio de iniciativas como o Projeto Amanhã, que qualifica a juventude rural para novas técnicas agropecuárias.

Um dos destaques deste ano no estande da Codevasf foi a Sala de Treinamento que funcionou no local.  A cada meio hora os visitantes puderam acompanhar palestras sobre a atuação da companhia no Estado de Alagoas. Os estudantes Reinaldo Vasconcelos, Resiane Maiara, Raiane Maiara e Marta Maria de Lima participaram de palestras no estande da Codevasf e saíram bastante curiosos em conhecer outras ações da companhia. “Saímos agora de uma palestra sobre os projetos de revitalização do rio São Francisco. Não conhecia todas essas ações. Estamos interessados em conhecer mais sobre a Codevasf e seu trabalho pelo desenvolvimento da região”, afirmou a estudante Marta Maria Lima.

Para o superintende regional da Codevasf em Alagoas, Antônio Nélson de Azevedo, o sucesso de público no evento aponta que a Expo São Francisco está no caminho certo. “O evento tem como objetivo reunir o que temos de melhor na região. Os projetos e programas que estão fortalecendo a economia  e a cultura do vale do São Francisco alagoano. São seis edições com resultados positivos para a Codevasf e para os parceiros que há seis anos apostam no evento como vitrine do desenvolvimento que estamos construindo”, afirmou.

CULTURA DO BAIXO SÃO FRANCISCO

A cultura e arte do Baixo São Francisco também estiveram presentes nas apresentações no palco montado na praça 12 de Abril, na orla do rio São Francisco em Penedo. Na sexta-feira (16),  os visitantes puderam acompanhar a Dança da Peneira e o Pastoril de Penedo e a Banda Musical Penedense. O encerramento do primeiro dia da 6ª Expo São Francisco, foi realizado pela banda penedense Cores do Mar.

No sábado (17), foi a vez da musicalidade da foz do rio São Francisco com o grupo Caçuá de Piaçabuçu, que se apresentou acompanhado de um quarteto de sax. Logo em seguida, para encerrar a 6ª edição da Exposição Agropecuária e Cultural do Baixo São Francisco, o cantor penedense Adelson fez uma show com sucessos da música brasileira acompanhado pela banda Itapuã.

A Eclusa de Sobradinho

Por: Por José Paulo Borges. Fotos de José Augusto Cíndio
Publicado em 18/12/2011
Onde o Velho Chico virou mar
Passeio no Vapor do Vinho dura cerca de duas horas
Quando as cortinas de aço da eclusa da barragem de Sobradinho se abrem, é impossível não se impressionar com o que acontece em seguida. No meio da caatinga, em pleno Rio São Francisco, no interior da Bahia, sob um sol de mais de 30 graus, o espetáculo é deslumbrante. São 4.214 quilômetros quadrados e capacidade para 37,5 bilhões de metros cúbicos de água do segundo maior lago artificial do mundo. O céu sertanejo de um azul-cobalto e os morros ao fundo compõem, com as marolas de meio metro de altura, ou mais, a paisagem onde o Velho Chico vira mar.
Eclusa de Sobradinho (@ José Augusto Cindio)
Eclusa de Sobradinho (@ José Augusto Cindio)
Com 120 metros de comprimento e 17 de largura, a eclusa permite às embarcações vencer o desnível de 32 metros criado pela barragem construída pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), no período de 1973 a 1979.
Eclusa  permite às embarcações subir e descer o desnível de 32 metros entre o rio e lago
O Vapor do Vinho, referência às primeiras embarcações que navegavam pelo São Francisco, impulsionadas a vapor, leva até 50 turistas à eclusa e à Barragem de Sobradinho, à Fazenda Fortaleza, produtora de frutas, e à Vinícola Terranova, ambas no município baiano de Casa Nova.
O passeio dura cerca de oito horas. Cobre um trecho do São Francisco situado a 40 quilômetros das cidades de Petrolina (PE), Juazeiro e Sobradinho (BA). O ônibus – grande, novo e confortável – parte cedo da orla de Petrolina e, após cerca de 50 minutos de viagem, para na vinícola. Os visitantes são conduzidos por guias da Terranova para conhecer o processo produtivo. Ao final, podem degustar, ou comprar, vinhos, espumantes e brandy num elegante salão. A etapa seguinte, uma incursão à Fazenda Fortaleza, produtora de uvas e mangas para exportação, termina igualmente em degustações. Já por volta do meio-dia, o grupo é conduzido à barca para o retorno a Petrolina.
  • Roteiro: 8h30, saída da orla portuária de Juazeiro (BA)-Petrolina (PE), via rodoviária, até o porto de Chico Periquito, em Sobradinho (BA); 10h, embarque no Vapor do Vinho em direção à eclusa; 13h, chegada à Fazenda Fortaleza; 14h, chegada à Vinícola Terranova; 17h, chegada prevista às orlas de Juazeiro e Petrolina.
No meio do caminho, a passagem pela eclusa é um espetáculo fascinante. O trajeto que leva a embarcação, para baixo ou para cima, é uma experiência de encher os olhos. Inaugurada em 1978, a eclusa é um reservatório em forma de câmara que possibilita, pelo enchimento e pelo esvaziamento, que uma embarcação transponha a diferença de nível. O desnível de pouco mais de 32 metros da represa está entre os quatro maiores no mundo.
No retorno, durante as cerca de quatro horas finais da viagem, os visitantes recebem no rosto a brisa do Velho Chico e são brindados com a paisagem das margens baiana e pernambucana do rio. De quebra, desfrutam a excelente comida regional de bordo – com direito a bode cozido e peixes do São Francisco –, incluindo petiscos e bebidas variadas. A hospitalidade e a diversão prosseguem. Pouca gente resiste à tentação de mexer os quadris, embalada pelos ritmos de uma banda regional.

Adeus Remanso, Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado...

Represa de Sobradinho formou o segundo maior lago artificial do mundo (foto: @ José Augusto Cindio)
Represa de Sobradinho formou o segundo maior lago artificial do mundo
(foto: @ José Augusto Cindio)
Sertão baiano, 1978. Com a subida de nível das águas do Rio São Francisco, o lago formado para a construção da represa de Sobradinho atingiu sua capacidade máxima, afogando as cidades de Remanso, Casa Nova, Sento Sé e Pilão Arcado, 26 povoados e uma imensa extensão de terras agricultáveis. Mais de 70 mil pessoas foram desalojadas. A imagem daquele dilúvio repentino e as promessas de fartura e oportunidades em outros assentamentos, distantes, acenadas pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), responsável pela barragem, convenceram os ribeirinhos a deixar suas terras.
Os “beraderos“ ou “barranqueiros” tinham forte relação de sobrevivência com o rio. Cerca de 6.000 famílias foram transferidas para o Projeto Especial de Colonização Serra do Ramalho, em Bom Jesus da Lapa, a 700 quilômetros de onde viviam. Receberam glebas de 25 hectares, sem irrigação. Passados alguns anos, muitos não se adaptaram, transferiram sua terra para terceiros e tentaram voltar, inchando as periferias do Vale do São Francisco. A hidrelétrica de Sobradinho foi orçada em US$ 870 milhões (valores de dezembro de 1979). Os custos sociais e ambientais são incalculáveis.

Transposição do Rio São Francisco tem vários canteiros de obras parados

Publicado em 31.12.2011, às 10h13 - Mariana Dantas - Fonte: ( UOL)

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Segundo ministério, a sensação de ''abandono'' deve-se a uma paralisação temporária em algumas áreas da obra
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Para a execução do projeto de Transposição do Rio São Francisco, o governo federal, ainda na gestão do ex-presidente Lula, dividiu a obra, que totaliza mais de 400 quilômetros, em 16 lotes, distribuídos nos eixos Norte e Leste. Do total de lotes, apenas quatro funcionam em ritmo normal.
Fernando Bezerra Coelho: a indicação de Eduardo Campos no Governo Dilma 
Várias construtoras abandonaram o empreendimento e parte da construção começa a se deteriorar com rachaduras e obras deixadas pela metade. Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontou ainda prejuízo de R$ 8,6 milhões nas obras do Eixo Leste, que vai de Floresta (PE) a Monteiro (PB).


O Ministério da Integração Nacional afirmou em nota, no último dia 5 de dezembro, que a sensação de “abandono” deve-se a uma paralisação temporária em algumas áreas da obra. A pasta atribuiu novamente essa interrupção a uma disputa com as empresas relativa a aditivos contratuais. Ressaltou que algumas das empresas que deixaram os canteiros devem retomar as atividades no início de 2012; e que caberá aos consórcios a reconstrução de trechos deteriorados.


ATRASOS - Cinco lotes estão paralisados: o lote 4, em Verdejante (PE), o 7, em São José dos Pinhais (PB), o 9, em Floresta (PE), o 2, em Cabrobó (PE) e o 10, em Custódia (PE). Os três primeiros aguardam a finalização dos levantamentos necessários à licitação de novos serviços que deverão ser realizados e que não estão contemplados no atual contrato de serviço com a construtora. A previsão é que esses trechos sejam retomados somente em março de 2012. Os dois últimos lotes parados aguardam, de acordo com o ministério, a finalização das revisões dos contratos de serviço.


Já os lotes 1, em Cabrobó (PE), o 12, em Sertânia (PE), e o 13, em Floresta (PE) estão em ritmo lento. Os lotes 5, referente à construção de sete barragens em Jati (CE), e o 8, em Pernambuco, que prevê a implantação de estações de bombeamento no Eixo Norte, tiveram suas licitações canceladas em 2010 pelo Tribunal de Contas da União (TCU).


As obras do Lote 8 foram retomadas no último dia 16 de dezembro, com o início da construção das três estações de bombeamento do Eixo Norte. As estações serão construídas nos municípios de Cabrobó (35 metros de altitude), Terra Nova (55 metros) e Salgueiro (90 metros). O ministro Fernando Bezerra Coelho acompanhou pessoalmente a retomada dos serviços no município de Salgueiro.
GASTOS - O orçamento do Ministério da Integração Nacional previsto para 2011: R$ 6 bilhões, incluindo R$ 1,3 bilhão de créditos adicionais e extraordinários. O valor não engloba as despesas com pessoal (funcionários do ministério).


Total gasto pelo Ministério no ano: R$ 3,2 bilhões, ou seja, “sobrou dinheiro”.


O Projeto de Integração do Rio São Francisco: Considerada uma das principais obras do Governo Dilma, a transposição do Rio São Francisco tem como objetivo assegurar oferta de água, em 2025, para cerca de 12 milhões de habitantes de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.


A integração do rio São Francisco às bacias dos rios temporários do semiárido será possível com a retirada contínua de 26,4 m³/s de água, o equivalente a apenas 1,42% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho (1850 m³/s), sendo que 16,4 m³/s (0,88%) seguirão para o Eixo Norte e 10 m³/s (0,54%) para o Eixo Leste. Esses dados são contestados, uma vez que a capacidade total de vazão dos canais corresponde a 2,7% do volume médio do rio.


O projeto está orçado em R$ 6,8 bilhões - 36% a mais que o valor estimado inicialmente - e faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Eixo Leste tem 71% de execução, enquanto o Eixo Norte tem 46%. Dados de setembro deste ano apontam que R$ 2,6 bilhões foram pagos e R$ 3,8 bilhões estão empenhados. De acordo com a assessoria do Ministério da Integração Nacional, foram investidos R$ 300 milhões em 2011. Nos últimos meses, a Transposição vem sofrendo uma série de críticas devido aos atrasos e paralisações em vários canteiros de obras (leia mais AQUI - link para a matéria abaixo).

Bezerra quis usar verba do Rio São Francisco em PE

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, tentou tirar R$ 50 milhões do Orçamento de 2012 da obra de transposição do Rio São Francisco para destinar recursos a uma barragem em Pernambuco, seu berço político. A tentativa foi feita por meio de ofício encaminhado em outubro de 2011 ao Ministério do Planejamento em que pedia uma realocação de recursos para destinar o montante à barragem de Serro Azul, na Zona da Mata pernambucana.
A manobra foi barrada pelo Congresso na votação do Orçamento. O jornal O Estado de S. Paulo revelou, em dezembro passado, que as obras da transposição, principal empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Nordeste, estão abandonadas em diversos lotes e que parte do trabalho começa a se perder.
Até novembro de 2011, somente 5,2% do Orçamento de 2011 destinado à transposição tinha sido executado. A ação do ministro de tirar dinheiro da principal obra de sua pasta reforça as acusações de uso político do cargo devido à destinação prioritária de recursos do ministério a Pernambuco, onde tem pretensões eleitorais e é apadrinhado do governador Eduardo Campos, que preside o PSB.
O pedido de remanejamento feito pelo Ministério da Integração chegou ao Congresso no dia 6 de dezembro de 2011. A justificativa enviada aos parlamentares dizia que a mudança era necessária para incluir Serro Azul no PAC. A construção da barragem é comandada pelo governo de Pernambuco e tem custo estimado de R$ 350 milhões. A certeza da aprovação era tão grande que outros R$ 4 milhões até então destinados a Serro Azul foram realocados. Por questões burocráticas, todos os pedidos de mudança têm de ser feitos pela pasta interessada ao Ministério do Planejamento, que encaminhou a solicitação ao Congresso.
Reação
A bancada do Nordeste, porém, não aceitou a mudança. Os parlamentares ficaram irritados porque o ministério nem sequer justificou o motivo da redução de recursos da transposição. "Mobilizamos a bancada do Nordeste contra isso. O ministério deve ter as prioridades dele, mas a transposição é a prioridade do Nordeste", afirmou o deputado Efraim Filho (DEM-PB).
Ele e mais dois colegas apresentaram emendas pedindo a recomposição dos recursos da principal obra para a região. O relator responsável por analisar o orçamento da Integração, José Priante (PMDB-PA), chegou a apresentar um parecer acatando a sugestão do ministério, mas recuou diante da pressão dos nordestinos e manteve em R$ 900 milhões a previsão de recursos para a transposição em 2012.
Em nota enviada ao Estado, o ministério argumenta que retirar recursos da transposição "não impactaria o ritmo de execução do projeto" devido ao estoque de empenhos realizados. Segundo a pasta, a obra tem recursos empenhados de R$ 1,2 bilhão referentes a restos a pagar de anos anteriores e ultrapassaria R$ 2 bilhões disponíveis considerando-se o Orçamento de 2012.
A pasta reafirma a prioridade da transposição: "O Projeto São Francisco é a maior ação estruturante no âmbito do eixo de recursos hídricos e conta com o compromisso do governo federal na conclusão da obra e na retomada de um ritmo acelerado de execução no primeiro trimestre de 2012". Sobre Serro Azul, a pasta diz ser a "maior obra do sistema de contenção de enchentes da Zona da Mata pernambucana". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agência Estado

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Personagens do Velho Chico

Minha homenagem a pescadores, quilombolas, indígenas e ribeirinhos do Velho Chico


Conheci dezenas de ribeirinhos, muitos deles vivendo em comunidades de pescadores, quilombos, aldeias, ou em sítios isolados. Todos foram gentis e generosos comigo; todos me acolheram em suas casas, deram-me pousada e alimentos, e quiseram ouvir meus relatos a respeito do rio São Francisco, sua situação de abandono, seus problemas e seus defensores. A todos manifestei minha gratidão e minha imensa alegria em conhecê-los. Suas histórias são incríveis e falam da alma do caboclo, que é o verdadeiro habitante dessas nossas terras, pois os seres urbanos e "civilizados" perderam a espontaneidade e a capacidade de serem solidários. Essas pessoas simples dividem tudo, mesmo vivendo na mais absoluta pobreza, e demonstram a alegria espontânea em compartilhar seu mundo até com um estranho, como eu.


A eles, portanto, os verdadeiros protagonistas dessa minha história, minha eterna gratidão!


Barqueiros de chata retiram areia da foz do rio das Velhas / MG

Pescador lança tarrafa nas proximidades de Ibiaí/MG

Moradora de Ibiaí / MG descansa à beira-rio e rememora suas histórias

Carro de boi nas ruas de São Romão / MG

Barqueiro retorna à sua casa depois de um dia de pescarias em São Romão / MG

Carro de boi retira areia na prainha próxima a Ibiaí / MG

Feira livre nas calçadas de São Francisco / MG

Crianças brincam no meio do rio assoreado, próximo a Pedras de Maria da Cruz / MG

"O dono da Ilha" posa para foto nas proximidades de Itacarambi / MG

Assembleia de sem-terras no Acampamento 17 de Abril, perto de Malhada / BA

Passeata de sem-terras no Acampamento 17 de Abril, perto de Malhada / BA

Crianças brincam em jeep na Comunidade Quilombola de Piranhas / BA

Pescador  na Comunidade Quilombola de Piranhas / BA

Matrairca  na Comunidade Quilombola de Piranhas / BA

Crianças  na Comunidade Quilombola de Piranhas / BA

Moradores da Comunidade Quilombola de Piranhas / BA se despedem de mim

Barraca de lona no Acampamento 17 de Abril / BA

Crianças exibem sua caça e o estilingue, em Paratinga / BA

Moradora da Comunidade Quilombola de Torrinha, próxima a Barra / BA

Morador da Comunidade Quilombola de Torrinha, próxima a Barra / BA

Lavadeira às margens do rio Grande, em Barra / BA

Joana Camandaroba, escritora que se revelou aos 80 anos, em Barra / BA

Crianças, funcionárias, dra. Eloá e madre Irene, no Palácio Episcopal de Barra / BA

A vida no interior de uma das inúmeras gaiolas que trafegam entre Xique-Xique e cidades vizinhas na Bahia

Capitão de uma "gaiola", embarcação típica do São Francisco, em  Xique-Xique / BA

Roque Santeiro, o famoso escultor de Petrolina / PE

Bar à beira da estrada de Santa Maria da Boa Vista, próximo ao Monte Carmelo / PE

Mãe Truká exibe, orgulhosa, seu filho, na Ilha de Assunção, terra indígena de Cabrobó / PE

Ednaldo Cirilo, filho de importante cacique Truká, diante da oca de Toré na  Ilha de Assunção  em Cabrobó / PE

Cacique Truká no interior da oca de Toré, em Paulo Afonso / BA

Crianças exibem seus desenhos na aula de artes à beira do Velho Chico, em Piranhas / AL

Barqueiro tendo ao fundo a cidade de Piaçabuçu / AL, última cidade antes da foz do São Francisco

Barqueiro desencalha sua canoa na foz do São Francisco, na divisa de Alagoas e Sergipe

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