Mostrando postagens com marcador transposição. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador transposição. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Rio São Francisco foi o rio que mais perdeu água na América Latina


O rio São Francisco está perdendo vazão. Pior: o Velho Chico foi o rio que mais apresentou diminuição das águas no último meio século – nada menos que 35% de sua capacidade.
Para se ter uma idéia dessa diminuição, o fluxo de águas na bacia do Amazonas caiu apenas 3,1%, no mesmo período, enquanto outros rios brasileiros apresentaram uma elevação na vazão. Esse é um dos alertas que o coordenador da Comissão Pastoral da Terra da Bahia (CPT), Ruben Siqueira, trouxe para Campina Grande durante a abertura do Encontro de Atingidos e Atingidas pelo Projeto de Transposição do Rio São Francisco, no dia 17 de junho. O evento, realizado na Casa de Encontro São Clemente, no bairro de Bodocongó, contou com mais de cem participantes vindos dos cincos estados nordestinos envolvidos na transposição.

Para Siqueira, o outrora caudaloso São Francisco agora apresenta um panorama agudo, preocupante. “É um rio com todas as evidências de um quadro hídrico crítico, no entanto, o governo continua com esses projetos que privilegiam a produção de cana-de-açúcar para etanol em toda a bacia do São Francisco”. A crítica do coordenador da CPT Baiana faz referência à preferência do projeto de transposição do Velho Chico para irrigação de plantações em detrimento, não raro, ao consumo da água pelo sertanejo da região que o leito transposto vai passar. E mais: pelos números acerca dos reservatórios de água já existentes no semi-árido brasileiro, segundo Ruben Siqueira, a transposição seria um projeto totalmente redundante e desnecessário.

“O semi-árido brasileiro é a região, entre os semi-áridos do mundo, que mais concentrou água, que mais fez açudes. São 70 mil açudes. Há açudes que têm seis bilhões de metros cúbicos de água. São grandes cemitérios de água, porque essas águas estão lá e não estão sendo usadas, ou são usadas pelos grandes latifundiários. Para que, então, exportar água? Alguns falam que a transposição dará segurança hídrica às águas do nordeste. Mas nós perguntamos: aumentar a oferta hídrica para quem? Para fazer o que? A que custo? Qual o desenvolvimento que está por trás da transposição? Esse debate não está sendo feito. Essa água acumulada, por lei, deve ser acessível à população do árido, mas não é”, revela o coordenador.

João Suassuna e a perspectiva do Brasil Real

Quem também participou do Encontro de Atingidos e Atingidas pelo Projeto de Transposição do Rio São Francisco foi o pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, em Pernambuco, João Suassuna. Engenheiro agrônomo e especialista no projeto que transpõe o Velho Chico, Suassuna é autor do livro "A Transposição do Rio São Francisco na Perspectiva do Brasil Real". Para ele, o projeto de transposição não apenas engana o povo como deve acelerar o processo de desertificação no semi-árido nordestino. “Os beneficiários da transposição do São Francisco serão as empreiteiras, os industriais, o grande capital. O povo está sendo iludido, não terá acesso a uma gota d’água sequer da transposição. Não está claro no projeto como essa água sairá das grandes represas para abastecer o povo. Está claro que a água irá caminhar nos 700 km de canais e abastecerá as principais represas do Nordeste, para promover aquilo que as autoridades estão chamando de sinergia hídrica, que é a forma dessas represas não virem a secar.”

Pesquisador das questões envoltas no leito do São Francisco, João Suassuna reforça que a resistência ao projeto de transposição continuará – e este será um ano decisivo nesse cenário. “A resistência continua e essa situação irá se agravar porque, neste ano, teremos eleições. É possível que os candidatos utilizem essa obra como a panacéia da solução de tudo, e não será. Nossa preocupação é essa, é que isso sirva como moeda de troca para voto. Isso, certamente, irá acontecer. Eles irão centrar as campanhas no Nordeste para o abastecimento das pessoas e utilizarão como pano de fundo o projeto da transposição. Mas sabemos que isso terá um engodo, porque o abastecimento das populações não irá se proceder com esse projeto, que vai se utilizar da água para o agronegócio.”

A pesquisa sobre a vazão do São Francisco

A informação sobre a diminuição da vazão do rio São Francisco foi publicada em 15 de maio de 2009 no Journal of Climate, da Sociedade Meteorológica Americana. No estudo, pesquisadores do National Center for Atmospheric Research (NCAR) analisaram dados coletados entre os anos de 1948 e 2004 nos 925 maiores rios do planeta, e concluíram que vários rios de algumas das regiões mais populosas estão perdendo água.

As planilhas dos pesquisadores apontaram que a bacia do São Francisco foi a que apresentou o maior declínio no fluxo de águas entre os principais rios que correm em território brasileiro durante o período pesquisado – uma negativa de 35%. No mesmo período, por exemplo, o fluxo de águas na bacia do Amazonas caiu 3,1%. Outras bacias brasileiras pesquisadas pelos norte americano apresentaram uma elevação na vazão.

* Colaboração de Ruben Siqueira, CPT/BA, para o EcoDebate, 02/07/2010

sábado, 17 de abril de 2010

As obras faraônicas do governo LULA

Depois de sete anos fazendo aquilo que se espera de um estadista, LULA, em seus últimos momentos de Glória, decidiu, como um verdadeiro DITADOR, assumir a paternidade de obras que, pelo seu caráter polêmico e pelo gigantismo dos investimentos, não deveriam ser iniciadas ao final de um período governamental. Afinal, depois de iniciadas, o ônus da interrupção cairá sobre o próximo governante.

A primeira dessas obras faraônicas foi a Transposição das águas do rio São Francisco. Apesar de todas opiniões de especialistas não recomendando o início das obras, apesar de toda oposição dos movimentos sociais denunciando os impactos dessas obras sobre as comunidades tradicionais de indígenas e quilombolas, LULA "contratou" os serviços do Exército Brasileiro, desviando-o de suas atribuições constitucionais, para conseguir, pela força, o que não conseguiu pela fraca argumentação de seus defensores.

Agora LULA ataca novamente, desta vez na destruição da Amazônia, e justamente no estado campeão de desmatamento, o Pará, e em um dos rios mais preservados da região, o Xingu, em cujas margens habitam centenas de comunidades indígenas, para a construção de uma das maiores hidrelétricas do mundo, a Usina de Belo Monte.

As características dessa obra gigantesca, que custará mais de 30 bilhões de reais aos cofres públicos, são semelhantes àquelas encontradas na construção da hidrelétrica de Sobradinho, no São Francisco, nos tristes anos da Ditadura Militar onde, provavelmente, LULA encontra os modelos de autoritarismo que vêm justificar sua loucura empreendedora.

Sobradinho é o segundo maior lago artificial do mundo, responsável por um volume de 34 bilhões de metros cúbicos de água armazenada. Essa represa foi a responsável por desalojar 72 mil famílias de sua terra natal, levados à força para outras regiões; também causou um dos maiores desastres ecológicos em rios brasileiros, eliminando todas as espécies migratórias a sua jusante, impossibilitados de desovar nos movimentos de piracema interrompidos pela gigantesca barragem de concreto.

Belo Monte fará pior: invadirá regiões intocadas da floresta, bloqueará a migração de peixes, reduzirá drasticamente a mecânica natural do rio, de enchentes e vazantes, que abastecem suas margens dos nutrientes necessários à preservação das matas ciliares, e desalojará as populações indígenas de seus territórios, a despeito dos protestos.

Assim como no projeto de Transposição do Rio São Francisco, as populações afetadas não foram ouvidas, e o processo de tramitação das licenças ambientais foi atropelado sob a justificativa eleitoreira dos pretensos benefícios sociais desses projetos.

Mesmo com a argumentação dos maiores especialistas em hidrologia e dos ambientalistas, o governo LULA mostrou-se insensível aos apelos e impôs seu caráter autoritário, tripudiando da sociedade brasileira.

Agora, só nos resta esperar que o povo brasileiro saiba escolher seus governantes e que o presidente eleito interrompa essas obras, mesmo com os inevitáveis prejuízos dessas ações irresponsáveis do governo petista.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails

Depoimento de Manoel Bibiano, prefeito de Iguatama, MG

Charge na "Gazzeta do São Francisco"

Charge na "Gazzeta do São Francisco"
Despedida de Nêgo Dágua e a Carranca - Juazeiro, BA

Depoimento de Roberto Rocha, Lagoa da Prata, MG

Localidades Ribeirinhas

Vargem Bonita / MG

Ibotirama / BA

Hidrelétrica de Três Marias / MG

Morpará / BA

Pirapora / MG

Barra / BA

Ibiaí / MG

Xique-Xique / BA

Cachoeira do Manteiga / MG

Remanso / BA

Ponto Chique / MG

Santo Sé / BA

São Romão / MG

Sobradinho / BA

São Francisco / MG

Juazeiro / BA

Pedras de Maria da Cruz / MG

Petrolina / PE

Januária / MG

Cabrobó / PE

Itacarambi / MG

Hidrelétrica de Itaparica - PE / BA

Matias Cardoso / MG

Hidrelétrica de Paulo Afonso / BA

Manga / MG

Canindé de São Francisco / SE

Malhada / BA

Hidrelétrica de Xingó - AL / SE

Carinhanha / BA

Propriá / SE

Bom Jesus da Lapa / BA

Penedo / AL

Paratinga / BA

Piaçabuçu / AL

Depoimento de Dom Frei Luiz Cappio, Bispo de Barra, BA

Principais Afluentes

Rio Abaeté

Rio Pandeira

Rio Borrachudo

Rio Pará

Rio Carinhanha

Rio Paracatu

Rio Corrente

Rio Paramirim

Rio das Velhas

Rio Paraopeba

Rio Grande

Rio Pardo

Rio Indaiá

Rio São Pedro

Rio Jacaré

Rio Urucuia

Rio Pajeú

Rio Verde Grande

Entrevista à TV Sergipe, Aracaju

Postagens mais populares