sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Comunidade quilombola de Barra do Parateca
Bom Jesus da Lapa - uma grata surpresa!
Ontem visitei um acampamento do CETA - Central Estadual de Trabalhadores Assentados e Acampados: o 17 de Abril. Era uma data especial, segundo aniversário do assassinato de seu líder, Afonso, muito admirado e respeitado pela comunidade, que luta há quase seis anos pela posse das terras ocupadas, na fazenda Bonanza. Almoçamos com os trabalhadores e compartilhamos um pouco de sua história sofrida em defesa do direito à posse de uma pequena área de terra para sua sobrevivência digna e honesta.
A visita ao Santuário impressiona, não somente pela magnitude da obra realizada dentro da caverna, mas também pela devoção das pessoas pobres, que vêem na oração o caminho para superar seu sofrimento e alcançar a "graça" pedida ao Deus de seus corações.
Desde ontem tenho a companhia de minha querida filha Mônica, que veio a Bom Jesus especialmente para me visitar! Depois de tanto tempo no rio é uma alegria imensa encontrar alguém a quem tanto amamos e compartilhar nossas experiências e contar nossas aventuras!
Antes de Bom Jesus estive na comunidade quilombola de Barra do Parateca, onde conheci o Pastor Almir, o líder Elson e me hospedei na casa de dona Maria, a Parteira que já realizou mais de 170 nascimentos na comunidade. Foi uma visita emocionante, onde falei para mais de 50 pessoas no templo evangélico Nazareno Pentecostal, uma audiência atenta e generosa, que me trouxe grande conforto espiritual nessa viagem de extremos esforços físico e psicológico. Agraeço a todos que me acolhem com tanto carinho e compreensão.
domingo, 11 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
Canoista já percorreu 1.200 km e chega à Bahia
Chegando hoje a Malhada/BA, João Carlos Figueiredo encontra carinhosa recepção de moradores, apoiados por Jojô, professora e líder comunitária, membro atuante da Comissão Pastoral da Terra e comprometida com a causa da revitalização do rio São Francisco.Há cerca de 20 dias retomei minha jornada. Ao todo, excluindo-se o período de interrupção, foram 41 dias de viagem pelo rio São Francisco, cerca de 1.200 km percorridos e 1.100 km remados. Os livros nos dão a ilusão do conhecimento. Através deles, parece-nos que tudo se resume a datas, nomes, números e eventos isolados.
A realidade, porém, é outra. Há um interrelacionamento dos fatos, dos ambientes, das pessoas, que a literatura não consegue captar. Tudo faz parte de um mesmo universo, ainda que barreiras e rupturas não permitam nosso pleno entendimento dessa integração. A sistematização do conhecimento tem seu papel didático e de organização do saber para que nossas mentes limitadas consigam captar e compreender esse mundo.
Mas esse processo de síntese não pode reduzir tudo a fragmentos que venham a mascarar a verdade, ocultando informações relevantes e imprescindíveis ao entendimento. Falo do São Francisco. Existem descontinuidades naturais, como é o caso da passagem do rio pela Serra da Canastra e a ruptura provocada pela cachoeira Casca Danta. Repentinamente, o rio cai de forma brusca e passa a correr pelos vales, alternando curvas, remansos e corredeiras, até encontrar seu plano natural, depois de cerca de 100 km, a partir do qual terá uma declividade de 4cm/km.
Existem, também, as intervenções humanas, violentas como as barragens que represam milhões de tonelada de água, mudando as feições do rio e afetando profundamente sua hidrografia e vida interior. E existe, ainda, a presença humana, dependente do rio, segregada em comunidades ou esparsa ao longo de suas margens, ora vivendo inocentemente, ora transgredindo as leis da preservação da Natureza, ameaçando a vida.
Já passei por muitas regiões e pude constatar a maioria dos problemas descritos na literatura, debatidos publicamente, exibidos em documentários. Mas nada é mais cruel do que a própria realidade, e só quem percorre o rio lentamente como eu pode compreender a sua verdadeira dimensão. O rio São Francisco é um gigante. Ninguém poderia conceber a morte desse colosso, por maiores que sejam os maltratos a que ele está submetido.
No entanto, ainda estou na área de formação desse rio, recebendo os últimos tributários perenes que agigantam suas águas. E, no meio de seu curso, onde deveria ter a força da juventude, imensas áreas de assoreamento chegam quase à superfície pela metade de sua largura. De onde vem tanta areia? Algumas até se transformaram em ilhas, outras não...
É desse processo contínuo que eu falo. O homem destrói as matas; as águas fazem o resto, arrancando as terras dos barrancos e arrastando-as ao longo do rio. Essas se transformam em areia e se depositam no fundo, tornando o rio mais raso e mais largo. As águas, por consequência, se aquecem e evaporam com mais intensidade. Os peixes de águas profundas desaparecem...
A poluição provocada por esgotos urbanos, resíduos industriais e agrotóxicos fazem o resto, matando os peixes, que são cada vez menores, seja pela pesca predatória, seja pelas dificuldades crescentes para se reproduzir. Pode um rio gigante como o Velho Chico morrer? Talvez secar por completo seja difícil e leve anos demais para a efêmera existência humana.
Mas existem outras formas de se morrer. Perder a vitalidade, tornar-se imprestável para o consumo humano, deixar de abrigar a rica fauna que ainda subsiste em suas margens... formas talvez mais cruéis...
Pois o rio São Francisco está morrendo!
As matas descontínuas já não abrigam as grandes espécies de felinos, símios e tantos outros animais, como jacarés, raposas e pássaros que deixaram de fazer parte da diversidade biológica de suas margens. As matas de fachada, tristes cenários que ocultam a perversidade do pequeno e do grande produtor rural, apenas evidencia o descaso dos governos que não fazem cumprir as leis e não punem com rigor esses criminosos.
Ainda não senti o peso do semi-árido, das baixas pluviosidades das caatingas, e já percebo essas situações extremas. E o poder público, o que faz? Contra grandes problemas, pequenas soluções que se arrastam com a má vontade e a ignorância de quem não conhece a realidade do rio. Minha percepção é limitada ao curso do rio, às poucas comunidades que visitei, aos raros depoimentos que colhi. E, no entanto, já posso afirmar a extrema gravidade do quadro que encontrei.
O Progresso é inexorável, dizem os desenvolvimentistas, para quem tudo é permitido em nome da nova economia e do enriquecimento das elites. Mas seria essa a única via para o futuro da humanidade? Consumir todos os recursos naturais até exaurir o planeta, inviabilizando a vida na Terra?
Existem outros caminhos, que passam por um conceito mais sólido de responsabilidade social, compromisso com o meio ambiente e com a eliminação das desigualdades sociais.
Dizem que não existem castas em nosso país... seria verdade? E como explicar o inevitável destino reservado às populações menos favorecidas e mesmo na miséria absoluta???
A eles, casta inferior e desprezada, só resta se conformar com o futuro, acreditar na vida eterna e convencer seus filhos a não se rebelar contra as injustiças, o abuso do poder e a extrema arrogância de suas elites...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
São Romão
Casarão de 1.880 em São RomãoCheguei a São Romão ontem, às 16:00 horas, depois de ser alcançado pelo vapor Benjamin Guimarães. O Comandante soou o apito me saudando, e eu me senti recompensado por aquele gesto de atenção!
O calor no rio é insuportável! Por várias vezes tive que parar sob a sobra de árvores para me recuperar de uma quase insolação... bebia água sem parar, mas não era suficiente; e com o tempo, a água foi se tornando morna, depois quente... bebi dois litros de água e a transpiração era constante.
No caminho havia trechos onde o assoreamento era tão intenso que metade do rio estava tomada por praias de areia. O vapor ziguezagueava, procurando águas mais profundas. E os pescadores reclamam que Três Marias aumenta a vazão para permitir que o barco possa navegar nessas águas cada vez mais rasas do Velho Chico... Até quando? Um dia os peixes desaparecerão por completo e essa gente pobre não terá como se sustentar. E então será tarde depmais para se tomar alguma providência! Para piorar, dizem que foi introduzida uma espécie estranha ao rio, o pacu caranha, e o surubim está desaparecendo do rio...
Chegando a São Romão não havia nenhum apoio me aguardando. Consegui ajuda de um mecânico, "seu" Joaquim, que prontamente levou seus ajudantes e tiraram a canoa do rio e levaram para a oficina, onde guardei minhas tralhas. Conhecendo meu projeto, ele me disse que tinha prazer em me ajudar.
Procurei um hotel simples para me hospedar; fiquei no São Geraldo, onde pude tomar um banho, lavar minha roupa, beber muita água e descansar um pouco. Fui, em seguida, a uma padaria; o calor interno não cessava! Parecia que estava com febre e exalava calor pelos poros; tomei dois sorvetes, bebi água de quatro cocos, mais uma garrafa de água, e outro sorvete. No hotel, ainda sentia esse calor me invadindo...
Dormi bem, com o ventilador ligado, e acordei muito cedo, apesar do cansaço; era o hábito!
Saí à procura das casas antigas, pois me disseram que a cidade tinha mais de 400 anos; mas não existe nada preservado; em vez de casarões antigos, casas velhas e mal cuidadas. Mas a cidade está em reforma e pode-se ver muitas pequenas obras: asfaltamento de ruas, limpeza de terrenos, construções...
Fui à padaria e tomei café da manhã, seguindo para a prefeitura. Lá encontrei Cândida, a secretária da cultura, que abriga também um chefe de agricultura; conversei com ele e me passou muita informação interessante a respeito do município. Nota-se que as voçorocas destroem grande parte do município, sem dinheiro para conter a degradação; existem projetos que tramitam nos órgãos federais há anos, sem resposta. O PAC faz obras de saneamento de esgotos, mas é muito pouco para a gravidade dos problemas ambientais.
Ficarei hoje por aqui, tentando obter mais informações e descansando do sol; amanhã saio cedo em direção a Januária, mais cinco dias de viagem. Comprei um guarda-sol que os pescadores visitantes costumam colocar em seus barcos a motor; vou tentar adaptá-lo à canoa e reduzir a incidência de sol...
Também comprarei uma caixa de isopor para guardar minha água e tentar mantê-la a uma temperatura suportável. Hoje não tem fotos, pois esqueci o cabo e a velocidade da rede é muito baixa. Até Januária!
sábado, 26 de setembro de 2009
Vapor Benjamin Guimarães
Foto: Closé Limongi
25 de setembro de 2009, Pirapora, MG
PIRAPORA: uma viagem ao passado
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Cronograma Atualizado em 22/09/2009
Pirapora / MG (130 km – 25/09/2009)
Ibiaí / MG (65 km – 27/09/2009)
Ponto Chique / MG (35 km – 28/09/2009)
São Romão / MG (40 km – 29/09/2009)
São Francisco / MG (65 km – 01/10/2009)
Pedras de Maria da Cruz / MG (02/10/2009)
Januária / MG (80 km – 05/10/2009)
Itacarambi / MG (60 km – 07/10/2009)
Matias Cardoso / MG (36 km – 11/10/2009)
Manga / MG (12 km – 12/10/2009)
Malhada / BA (12/10/2009)
Carinhanha / BA (54 km – 14/10/2009)
Serra do Ramalho / BA (90 km – 17/10/2009)
Bom Jesus da Lapa / BA (42 km – 18/10/2009)
Paratinga / BA (80 km – 22/10/2009)
Ibotirama / BA (67 km – 24/10/2009)
Morpará / BA (83 km – 27/10/2009)
Barra / BA (60 km – 29/10/2009)
Xique-Xique / BA (65 km – 01/11/2009)
Remanso / BA (165 km – 07/11/2009)
Sento Sé / BA (08/11/2009)
Sobradinho / BA (156 km – 13/11/2009)
Juazeiro / BA (40 km – 15/11/2009)
Curaçá / BA (103 km – 20/11/2009)
Santa Maria da Boa Vista / PE (40 km – 21/11/2009)
Orocó / PE (35 km – 22/11/2009)
Cabrobó / PE (30 km – 23/11/2009)
Belém de São Francisco / PE (40 km – 25/11/2009)
Paulo Afonso / BA (180 km – 01/12/2009)
Canindé de São Francisco / SE (60 km – 04/12/2009)
Piranhas / AL (05/12/2009)
Pão de Açúcar / AL (40 km – 06/12/2009)
Gararu / SE (40 km – 07/12/2009)
Traipú / AL (15 km – 08/12/2009)
Porto Real do Colégio / AL (52 km – 10/12/2009)
Propriá / SE (11/12/2009)
Penedo / AL (35 km – 12/12/2009)
Ilha das Flores / SE (20 km – 14/12/2009)
Piaçabuçu / AL (20 km – 16/12/2009)
Pirambu / SE (60 km – 20/12/2009)
Aracaju / SE (30 km – 22/12/2009)
Três Marias: retomada da Expedição
Fomos recebidos pelo Secretário do Turismo, Elias e sua esposa, e por seu assessor, José Arnaldo, que carinhosamente nos acolheram e permitiram meu acesso à rádio, à população, ao jornal, ao rio... muito obrigado a todos!
Amanhã saio de Três Marias e sigo meu caminho... Norberto, lenda viva do Velho Chico, me acompanhará até à cachoeira Grande, mostrando-me os canais para superar esse obstáculo. Então serão mais cerca de 120 km até Pirapora.
Por enquanto, é esse o breve relato do reinício... é muito mais difícil retomar essa jornada do que foi iniciá-la, em São Roque de Minas, no final de maio. Parece que nosso espírito se acomodou, que nossa mente parou em um vazio do tempo e do espaço, onde me perdi de meus objetivos...
Mas esse reencontro fará com que todos os ideais alimentados durante todos os meses de preparação e quilômetros de navegação despertem novamente, e revigore meu discurso preservacionista, mais forte, mais consciente, mais convicto do que nunca de que essa é minha causa e esse é o meu caminho!
A vocês que torcem por mim, este é meu compromisso: não esmorecer jamais, e levar essa bandeira, não como um soldado, mas em meu coração, onde já estão aqueles a quem amo acima de tudo nesta vida!
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Estou de volta, meu Velho Chico!
Sigo para Três Marias, onde poderei falar ao povo, graças ao trabalho competente e amigo de Closé Limongi, meu anjo da guarda nessa viagem... obrigado, companheiro! Minha família, Mônica e Carmen, me levarão até o rio e de lá me despeço das comodidades do mundo moderno para ingressar de novo na Natureza... saudades de minha mãe querida, que me esperará ansiosa, sem saber ao certo por onde estou e por que faço isso, em sua ingenuidade e sabedoria que somente o tempo nos revela...
De alguma forma estarei de novo na companhia de meu pai, seu nome estampado na canoa, meu pensamento voltado pelas tantas oportunidades que tive de receber seus ensinamentos, mensagens sábias de um ser iluminado, que nos deixou órfãos de sua generosidade... no silêncio do rio, na escuridão das noites e na companhia dos animais que habitam suas margens estarei mais próximo de Ulysses, meu melhor amigo nesta vida...
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
No Limite da Globo
Estivemos no site de filmagem do programa "No Limite" da Rede Globo, onde convivemos por 18 horas com 6 participantes dessa disputa por um prêmio de R$500 mil. Vejam o resumo dessa visita no vídeo acima!
Depoimento de Manoel Bibiano, prefeito de Iguatama, MG
Charge na "Gazzeta do São Francisco"
Depoimento de Roberto Rocha, Lagoa da Prata, MG
Localidades Ribeirinhas
Vargem Bonita / MG | Ibotirama / BA |
Hidrelétrica de Três Marias / MG | Morpará / BA |
Pirapora / MG | Barra / BA |
Ibiaí / MG | Xique-Xique / BA |
Cachoeira do Manteiga / MG | Remanso / BA |
Ponto Chique / MG | Santo Sé / BA |
São Romão / MG | Sobradinho / BA |
São Francisco / MG | Juazeiro / BA |
Pedras de Maria da Cruz / MG | Petrolina / PE |
Januária / MG | Cabrobó / PE |
Itacarambi / MG | Hidrelétrica de Itaparica - PE / BA |
Matias Cardoso / MG | Hidrelétrica de Paulo Afonso / BA |
Manga / MG | Canindé de São Francisco / SE |
Malhada / BA | Hidrelétrica de Xingó - AL / SE |
Carinhanha / BA | Propriá / SE |
Bom Jesus da Lapa / BA | Penedo / AL |
Paratinga / BA | Piaçabuçu / AL |
Depoimento de Dom Frei Luiz Cappio, Bispo de Barra, BA
Principais Afluentes
Rio Abaeté | Rio Pandeira |
Rio Borrachudo | Rio Pará |
Rio Carinhanha | Rio Paracatu |
Rio Corrente | Rio Paramirim |
Rio das Velhas | Rio Paraopeba |
Rio Grande | Rio Pardo |
Rio Indaiá | Rio São Pedro |
Rio Jacaré | Rio Urucuia |
Rio Pajeú | Rio Verde Grande |
Entrevista à TV Sergipe, Aracaju
Postagens mais populares
-
Andrea Zellhuber e Ruben Siqueira Fala-se muito, hoje, da necessidade de revitalizar, preservar e conservar Bacias hidrográficas. Revitaliz...
-
A religiosidade está presente em toda extensão do rio São Francisco, seja em grandes cidades, seja em pequenas comunidades quilombolas e ind...
-
A Arte está presente em toda a extensão do rio São Francisco, seja pelos trabalhos em argila, pedra, tecido e madeira, seja nas esculturas, ...
-
Uma viagem em busca do passado. Navegamos onde havia uma estrada. O destino era Petrolândia, uma das cidades inundadas na formação do Lago...
-
Durante 99 dias percorri a remo os 2.800 km do rio São Francisco em canoa canadense, acampando em suas margens, ou compartilhando a hospit...
-
João Carlos Figueiredo defendeu ações integradas para preservar o Rio São Francisco Veja Galeria de Fotos Ambientalista d...
-
Represa de Sobradinho, na Bahia, atinge pior nível da história, revelando proporção da crise que obriga Três Marias a manter altas vazões e...
-
A perda da vazão natural afeta populações ribeirinhas e a reprodução de várias espécies de peixes “O rio São Francisco é, hoje, um can...
-
Meu rio de São Francisco D.Frei Luiz Cappio e Roberto Malvezzi Meu rio de São Francisco, nesta grande turvação, vim te dar um gole d'águ...
-
Embora muitas igrejas tenham sido demolidas ou se encontrem em ruínas e despojadas de seus tesouros artísticos, ainda restam exemplos da art...