terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mata Ciliar do Rio das Almas


Matéria publicada no excelente blog: CALIANDRA DO CERRADO
Autoria de Elma Carneiro

 Mata Ciliar do Rio das Almas

Cerrado é a área demarcada em cor mais clara

Você sabia que o Rio São Francisco começa no CERRADO? O Rio Paraguai também. Até a Hidrelétrica de Itaipu não existiria sem as nascentes do cerrado. Da Lagoa Bonita, na Estação Ecológica de Águas Emendadas , no Distrito Federal, a água vai se juntar a pequenos córregos e formar o Rio Paraná. Das 12 importantes bacias hidrográficas do Brasil, oito têm as nascentes no cerrado
A localização central do bioma, combinada com sua elevação topográfica e alta concentração de nascentes, faz com que ele funcione como uma caixa d’água.
Cerca de 94% da água que corre na Bacia do Rio São Francisco em direção ao Nordeste brota noCerrado.

Mata Ciliar

Rio das Almas – Jaraguá-Goiás
Vegetação do Rio das Almas: espécies nativas
Mata ciliar são florestas, ou outros tipos de cobertura vegetal nativa, que ficam às margens de rios, igarapés, lagos, olhos d´água e represas. O nome “mata ciliar” vem do fato de serem tão importantes para a proteção de rios e lagos como são os cílios para nossos olhos.No Cerrado brasileiro, a mata ciliar é conhecida como mata de galeria, e é composta por vegetação mais frondosa.
Trecho do Rio das Almas em Goiás- Mata Ciliar
Nesse local o rio corre manso e a Mata Ciliar é frondosa

O Rio das Almas é um rio brasileiro que banha o estado de Goiás

Mata Ciliar do Rio das Almas
A beleza do Rio das almas vista num passeio de canoa

Sua nascente é no limite do Parque Estadual da Serra dos Pirineus , no município de Pirenópolis. Segue seu curso no sentido sul-norte e compõe a bacia do Tocantins. Corta as cidades de Pirenópolis, Jaraguá, Ceres , Rialma e Nova Glória.
A função das matas ciliares em relação às águas está ligada a sua influencia sobre uma série de fatores importantes, tais como:
.
  • escoamento das águas da chuva;
  • diminuição do pico dos períodos de cheia;
  • estabilidade das margens e barrancos de cursos d'água;
  • ciclo de nutrientes existentes na água, entre outros.

Fotos: Jane Carneiro

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Não Deixe Rastros

Tomo a liberdade de reproduzir esse excelente texto de Antônio Calvo, meu instrutor no curso de Formação de Educadores ao Ar Livre, da Outward Bound Brasil, pela relevância do assunto para todos que praticam atividades de aventura em ambientes naturais. Seus ensinamentos foram de fundamental importância na expedição que realizei pelo rio São Francisco, em 2009 (www.expedicaovelhochico.com)


Texto: Antônio Calvo - Ilustrações Autorizadas por Mike Clelland de seu livro “Allen & Mikes’s Really Cool Backpacking’ Book: Traveling and Camping Skills for a Wilderness Environment”, 2001, Editora Falcon Guides
18 de janeiro de 2012 - 22:34

O AUTOR - Antônio Calvo já atuou com corridas de aventura e se formou como instrutor em Educação Experiencial ao Ar Livre da Outward Bound (OBB), no Canadá, instrutor de canoagem e guia de montanhismo, formado pela associação de Guias de Montanha Canadense. Trabalha no Brasil desde 2010, seguindo seus trabalhos na OBB e agora na de equipamentos Armazém Aventura
NÃO DEIXE RASTROSNas trilhas, mantenha-se no caminho pré determinado.
Além de não destruir a vegetação, torna o desafio ainda maior.
O primeiro tema desse Especial sobre a vida ao ar livre tem a ver com a ética do mínimo impacto na natureza, que pode garantir que mais pessoas dessa e das futuras gerações possam continuar desfrutando das autênticas paisagens naturais nos quatro cantos do mundo.
Eram duas da manhã quando abri os olhos. Acordei porque precisava fazer xixi. Tomei um susto, estava tudo muito claro. O termômetro marcava abaixo de zero grau. Não me preocupei em achar a lanterna, não precisava mesmo. Abri o zíper do saco de dormir e logo senti o frio da gelada madrugada de inverno da Mantiqueira. Era preciso ser rápido, pois a última coisa que queria era molhar meu saco de dormir.

Vesti o primeiro casaco que achei nas minhas coisas, calcei a bota – sem me preocupar em amarrar o cadarço - e levantei. Apenas dois passos para o lado do acampamento foram suficientes, eu sabia que a drenagem mais próxima estava distante, pelo menos, a uns 40 metros.

Estava sozinho e feliz caminhando nesta travessia há dois dias, explorando o lugar antes da chegada dos clientes. Precisava conhecer a trilha porque alguns dias depois guiaria um grupo de ingleses por ali. Saí com uma mochila de ataque, daquelas de 60 litros, com mapa, bússola, comida, fogareiro e combustível para três dias. Deixei a barraca em casa, queria caminhar leve e rápido. O meu abrigo era um toldo que armava todas as noites para um bivaque.
Aliviado, agora eu podia pensar naquela luz forte que batia em meus olhos quando acordei. O céu estava lindo! Totalmente limpo e sem nuvens. Algumas estrelas apontavam de um lado e, do outro, uma bela lua cheia iluminava o acampamento. O frio que fazia não era brincadeira. Lembrei-me das expedições no Canadá – quando trabalhei por lá – e de todas as aulas sobre hipotermia que dávamos aos alunos durante os cursos. Este não era o momento para perder mais calor, eu precisava voltar rapidamente para dentro do meu saco de dormir.

Foi ao deitar que entendi o que aconteceu. A luz da lua cheia, quase tocando o horizonte, incidia sobre os cristais de gelo do chão congelado que refletiam, num ângulo preciso, a forte luz em meu rosto. Foram poucos os minutos que pude contemplar este fenômeno. 

Simplesmente, eu estava na hora certa, no lugar certo. Aos poucos, com o movimento da lua, o ângulo mudou e o reflexo sumiu. Agradeci por viver mais este momento ao ar livre e, pela primeira vez, também agradeci por ter que levantar à noite para fazer xixi.

Realizar travessias sozinho, porém, é, de longe, a primeira etapa para quem quer curtir uma vida ao ar livre de maneira confortável e divertida, sem perrengues. Por isso, nesse especial, a proposta é apresentar algumas dicas e conceitos da vida outdoor e também, a maneira como escolho e organizo meus equipamentos quando estou de saída para uma caminhada. Mas não se iluda. Não existe “receita de bolo”. Alguns equipamentos e conceitos funcionam muito bem para mim, mas podem não servir para você. Então, experimente, acerte, erre e seja crítico, muito crítico, pois só assim você será capaz de criar as estratégias mais eficientes para você.

Leave No Trace


A primeira pauta desse especial é a ética ao ar livre. O conceito de “Leave No Trace” – LNT ou “Não Deixe Rastros” – NDR foi formalmente concebido pelo Departamento de Agricultura Americano e pelo Serviço Florestal Americano no início da década de 60. Mas foi no início dos anos 90 que o Serviço Florestal e a National Outdoor Leadership School – NOLS desenvolveram, com base em pesquisas científicas, treinamentos de mínimo impacto em atividades recreativas não motorizadas. Assim, em 1993, diversas organizações se uniram para criar o “Leave No Trace for Outdoor Ethics”, organização sem fins lucrativos focada em desenvolver, ampliar e divulgar o conceito de ética em atividades ao ar livre.

No Brasil, a organização mais conhecida pautada por esses princípios é o “Pega Leve!” um programa voltado à convivência responsável com o ambiente natural, dedicado a construir a conscientização, apreciação e, acima de tudo, o respeito por nossas áreas naturais. Uma ética que orienta a conduta adequada do cidadão consciente da importância da conservação da biodiversidade no Brasil, a partir de referências de publicações norte-americanas, neozelandesas e também do Ministério do Meio Ambiente do Brasil.

O mais interessante disso tudo é que não estamos falando de “lei”. O que rege estes conceitos são as diretrizes. Hoje, com mais e mais estudos sendo publicados a cada ano, fica muito claro que o NDR muda conforme o ambiente. Fazer xixi em alto mar numa expedição de caiaque é aceitável, mas fazer xixi numa pequena drenagem nas montanhas não é. Por isso, quando levantei naquela fria madrugada, dei apenas dois passos para o lado do acampamento; eu sabia que a drenagem mais próxima estava a 40 metros de distância, uma medida aceitável para as nossas montanhas.

Confira os princípios do “Pega Leve” baseados nos princípios do “Leave no Trace”:


PLANEJAMENTO É FUNDAMENTAL

• Entre em contato prévio com a administração da área que você vai visitar para tomar conhecimento dos regulamentos e restrições existentes.
• Informe-se sobre as condições climáticas do local e consulte a previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais.
• Viaje em grupos pequenos de até 10 pessoas. Grupos menores se harmonizam melhor com a natureza e causam menos impacto.
• Evite viajar para áreas populares durante feriados e férias.
• Certifique-se de que você possui uma forma de acondicionar seu lixo em sacos plásticos para trazê-lo de volta. Aprenda a diminuir a quantidade de lixo, deixando em casa as embalagens desnecessárias.
• Escolha as atividades que você vai realizar na sua visita conforme o seu condicionamento físico e seu nível de experiência.


CUIDE DOS LOCAIS POR ONDE PASSA, DAS TRILHAS E DOS ACAMPAMENTOS

• Mantenha-se nas trilhas pré-determinadas - não use atalhos, pois estes favorecem a erosão e a destruição da vegetação.
• Mantenha-se na trilha mesmo se ela estiver molhada, lamacenta ou escorregadia. A dificuldade das trilhas faz parte do desafio de vivenciar a natureza. Se você contorna a parte danificada de uma trilha, o estrago se tornará maior no futuro.
• Acampando, evite áreas frágeis que levarão um longo tempo para se recuperar após o impacto. Acampe somente em locais pré-estabelecidos, quando existirem. Em qualquer situação, acampe a, pelo menos, 60 metros da água.
• Não cave valetas ao redor das barracas; escolha melhor o local, de modo que a água escorra naturalmente e use um plástico sob a barraca.
• Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não corte nem arranque a vegetação, nem remova pedras ao acampar.
• Remova todas as evidências de sua passagem. Ao percorrer uma trilha, ou ao sair de uma área de acampamento, certifique-se que esses locais permaneceram como se ninguém houvesse passado por ali.


TRAGA SEU LIXO DE VOLTA

• Embalagens vazias pesam pouco e ocupam um espaço mínimo em sua mochila. Se você pode levar uma embalagem cheia, pode trazê-la vazia na volta.
• Não queime nem enterre o lixo. As embalagens podem não queimar completamente e animais podem cavar até o lixo e espalhá-lo. Traga todo o seu lixo de volta.
• Utilize as instalações sanitárias que existirem. Caso não haja, cave um buraco com 15 cm de profundidade a, pelo menos, 60 metros de qualquer fonte de água, trilhas ou áreas de acampamento, em local onde não seja necessário remover a vegetação.
• Traga papel e outros produtos higiênicos de volta.
• Não use sabão nem lave utensílios e panelas em fontes de água. Lave o que for necessário a, pelo menos, 60 metros das mesmas.



DEIXE CADA COISA EM SEU LUGAR

• Não construa qualquer tipo de estrutura, como bancos, mesas, pontes etc. Não quebre ou corte galhos de árvores, mesmo que estejam mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de abrigo para aves ou outros animais.
• Resista à tentação de levar “lembranças” para casa. Deixe pedras, artefatos, flores, conchas etc. onde você os encontrou, para que outros também possam apreciá-los.
• Tire apenas fotografias, deixe apenas suas pegadas e leve apenas suas memórias.


EVITE FAZER FOGUEIRAS

• Fogueiras enfraquecem o solo, enfeiam os locais de acampamento e representam uma grande causa de incêndios florestais.
• Para cozinhar, utilize um fogareiro próprio para acampamento. Os fogareiros modernos são leves e fáceis de usar.
• Para iluminar, utilize um lampião ou uma lanterna em vez de uma fogueira.


RESPEITE OS ANIMAIS E AS PLANTAS

• Observe os animais à distância. A proximidade pode ser interpretada como uma ameaça e provocar um ataque, mesmo por parte de pequenos animais. Além disso, animais silvestres podem transmitir doenças graves.
• Não alimente animais. Os animais podem acabar se acostumando com a comida que oferecemos e passar a invadir os acampamentos em busca de alimento, danificando barracas, mochilas e outros acessórios.
• Não retire flores e plantas silvestres. Aprecie sua beleza no local, sem agredir a natureza e dando a mesma oportunidade a outros visitantes.


SEJA CORTÊS COM OUTROS VISITANTES E COM A POPULAÇÃO LOCAL

• Ande e acampe em silêncio, preservando a tranquilidade e a sensação de harmonia que a natureza oferece. Deixe rádios e instrumentos sonoros em casa.
• Trate os moradores da área com cortesia e respeito. Mantenha as porteiras do modo que encontrou e não entre em casas e galpões sem pedir permissão. Aproveite para aprender algo sobre os hábitos e a cultura do meio rural.
• Prefira contratar os serviços locais de hospedagem, transporte e serviços. Desse modo, você estará colaborando para que os recursos financeiros permaneçam na comunidade.


VOCÊ É RESPONSÁVEL POR SUA SEGURANÇA

• O salvamento em ambientes naturais é caro e complexo, podendo levar dias e causar grandes danos ao ambiente. Portanto, em primeiro lugar, não se arrisque sem necessidade.
• Calcule o tempo total que passará viajando e deixe um roteiro de viagem com alguém de confiança, com instruções para acionar o resgate, caso necessário.
• Avise a administração da área sobre sua visita e sobre sua experiência, o tamanho do grupo, os equipamentos que vocês estão levando, o roteiro e a data esperada de retorno. Estas informações facilitarão o resgate, em caso de acidente.
• Aprenda as técnicas básicas de segurança, como navegação (saiba usar um mapa e uma bússola) e primeiros socorros. Para tanto, procure os clubes excursionistas, escolas de escalada etc.
• Tenha certeza de que você dispõe do equipamento apropriado para cada situação. Grande parte dos acidentes e agressões à natureza é causada por improvisações, negligência e uso inadequado de equipamentos.
• Leve sempre os itens essenciais: lanterna, agasalho, capa de chuva, chapéu, um estojo de primeiros socorros, alimento e água, mapa e bússola, mesmo em atividades com apenas um dia ou poucas horas de duração.
• Caso você não tenha experiência, não se arrisque sozinho, entre em contato com centros excursionistas, empresas de ecoturismo ou condutores de visitantes. Pessoas inexperientes podem causar impactos sem perceber e correr riscos desnecessários.

Números alarmantes da crise atual

Fonte: O Estado de São Paulo 19/10/2012

O historiador Eric J. Hobsbawn, que morreu no começo da semana passada, deixou livros em que caracterizou de forma contundente os tempos que estamos vivendo.”Quando as pessoas não têm mais eixos de futuros sociais acabam fazendo coisas indescritíveis”, escreveu ele no ensaio Barbárie: Manual do Usuário (ESTADO, 2/10). Ou então: “Aí está a essência da questão: resolver os problemas sem referências do passado.” Por isso, certamente Hobsbawn não se espantaria com a notícia estampada neste jornal poucos dias antes de sua morte:”Na Espanha, cadeados nas latas de lixo” (27/9). “Com cada vez mais pessoas vivendo de restos, prefeitura (de Madri) tranca as latas como medida de saúde pública”. Nada haveria a estranhar num país onde a taxa de desemprego está por volta de 25%, 22% das famílias vivem na pobreza e 600 mil não têm nenhuma renda.

E que pensaria o historiador com a notícia (ESTADO, 26/9) de que as autoridades de Bulawato, no Zimbábue, África, “pediram aos cidadãos que sincronizem as descargas de seus vasos sanitários para poupar água (…) Os moradores devem esvaziar os vasos apenas a cada três dias e em horários determinados”. Provavelmente Hobsbawn não se espantaria, informado das estatísticas da ONU, segundo as quais 23% da população mundial (mais de 1,5 bilhão de pessoas) defecam ao ar livre, por não terem instalações sanitárias em suas casas. As do Zimbábue ainda estão à frente.

E da China, que pensaria ele, ao ler nos jornais (22/9), que a Prefeitura de Xinjian, no Leste do país, “está sob intensa crítica da opinião pública após enjaular dezenas de mendigos no mesmo lugar durante um festival religioso”? Ao lado da foto das jaulas nas ruas com mendigos encarcerados , a explicação de autoridades, de que assim fizeram porque os pedintes assediavam peregrinos e corriam risco de ser atropelados ou pisoteados. Mas “entraram nas jaulas voluntariamente”. Será para não correr riscos desse tipo que “quatro estrangeiros de origem ignorada” vivem há três meses no aeroporto de Cumbica, São Paulo, recusando-se a dizer sua nacionalidade e procedência ? (Folha de S. Paulo, 29/9). “Em tempos de transformação”, disse o psicanalista Leopold Nosek a Sonia Racy (ESTADO, 7/10), “quando o velho não existe mais e o novo ainda não se estruturou, criam-se os monstros”.
Para onde se caminhará ? Na Europa, diz a Organização do Trabalho, que com todo o sul do continente em crise o desemprego na faixa dos 15 aos 24 anos crescerá 22% em 2013, pouco menos no ano seguinte. Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego entre jovens está em 17,4%, talvez caia para 13,35 até 2017 (Agência Estado, 5/9). O desemprego médio nos 17 paises da zona do euro subiu para 11,4%.

Pulemos para o lado de cá. Um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos não trabalha nem estuda (Estado, 26/9). São 5,3 milhões de jovens. Computados também os que buscam trabalho, chega-se a 7,2 milhões. As mulheres são maioria. E o déficit acontece embora o país tenha gerado 2,2 milhões de empregos formais em 2011.
As estatísticas são alarmantes. A revista New Scientist (28/7) diz que 1% da população norte-americana controla 40% da riqueza. Já existem 1226 bilionários no mundo. “Nós somos os 99 por cento”, diz o movimento de protesto Occupy. Entre suas estatísticas estão as que os relatórios do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) vêm publicando desde a década de 90: pouco mais de 250 pessoas, com ativos superiores a um bilhão de dólares cada, têm, juntas, mais do que o produto bruto conjunto dos 40 países mais pobres, onde vivem 600 milhões de pessoas.. Já a metade mais pobre da população mundial fica com 1 por cento da renda global total.. E menos de 20% da população mundial, concentrada nos países industrializados, consome 80% dos recursos totais. 92 mil pessoas já acumulam em paraísos fiscais cerca de US$21 trilhões, afirma a Tax Justice Network (New Scientist, 28/7)

E que se fará, com a população mundial aumentando e com os recursos naturais – inclusive terra para se plantar alimentos – escasseando ? É cada vez maior o número de economistas que já mencionam com freqüência a “crise da finitude de recursos” Os preços médios de alimentos “devem dobrar até 2030, incluídos milho (mais 177%), trigo (mais 120% e arroz (107%)”, alerta a ONG Oxfam (Instituto Carbono Brasil, 6/9). 775 milhões de jovens e adultos são analfabetos e não têm como aumentar a renda (Rádio ONU, 10/9).

De volta outra vez ao nosso terreiro, vemos que “mais de 90% das cidades estão sem plano para o lixo” (ESTADO, 2/8). Na cidade de São Paulo, 90% do lixo reciclável vai para aterros sanitários (Ciclo vivo, 10/8). 5,4 bilhões de litros de esgotos não tratados são descartados diariamente. Perto de metade dos domicílios não são ligados a redes de esgotos. A perda de água nas redes de distribuição (por furos, vazamentos etc.) está por volta de 40% do total.. Mas 23% das cidades racionam água, segundo o IBGE (Estado, 20/10/11). E grande parte da água do rio São Francisco que será transposta irá para localidades com essas perdas – antes de corrigi-las. E com o líquido custando muito mais caro, já que muita energia será necessária para elevá-lo aos pontos de destino.

Enquanto isso a campanha eleitoral correu morna em praticamente todo o país, com candidatos fazendo de conta que vivemos na terra da promissão, não precisamos de planos diretores rigorosos nas cidades, não precisamos responsabilizar quem mais consome – e mais gera resíduos -, não precisamos impedir a impermeabilização do solo das cidades, nem impedir a ocupação de áreas de risco.

A sociedade de consumo – escreveu Hobsbawn – se interessa apenas pelo que pode comprar agora e no futuro”. Mas terá de resolver o problema de um bilhão de idosos em dez anos (Fundo de População das Nações Unidas, 1/10).

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Prêmio OURO AZUL

Segue abaixo texto de divulgação do Prêmio Furnas OURO AZUL:

Minas é tão reconhecida pelas suas águas quanto pelos seus recursos minerais, por isso, recebe o título de “caixa-dágua do Brasil”. Não é por acaso que há mais de 10 anos, o Prêmio Furnas Ouro Azul, uma iniciativa dos Diários Associados patrocinada pela Eletrobras Furnas, valoriza ideias de proteção e uso racional dos recursos hídricos. O Prêmio surgiu muito antes da palavra sustentabilidade alcançar tamanho repertório e a preocupação com a preservação da água ser tão latente na sociedade.

Mais do que premiar iniciativas exemplares, o objetivo é mobilizar as pessoas para o uso consciente deste recurso tão importante.

Em uma década de realização, foram inscritos quase 2.000 trabalhos em 7 categorias, destacando-se a participação de várias empresas e instituições, além de grande adesão da sociedade. Em 2010, foi criada também a categoria mirim, contribuindo para a conscientização das futuras gerações.

Este ano, além de projetos que promovem a utilização racional dos recursos hídricos, também poderão participar projetos na área de racionalização de recursos naturais e combate a desperdícios de energia elétrica. E foi criada uma nova categoria: 'Destaque 10 anos', que vai premiar ações que já tenham sido contempladas nas edições anteriores do Prêmio Ouro Azul e que continuem em execução. Os projetos dessa categoria serão avaliados levando-se em conta o aperfeiçoamento de processos e seus resultados, visando a melhoria contínua do desempenho ambiental.
As inscrições estarão abertas até 16 de novembro e poderão ser feitas através do site: www.ouroazul.com.br.
As pessoas podem participar nas seguintes categorias:
  • Empresa (pública e privada)
  • Comunidade (ONG’s e Associações Comunitárias, Pessoa Física)
  • Acadêmico (Estudante - Nível Superior e Especialização; Pós-Graduado – Mestres e Doutores)
  • Destaque 10 anos
  • Categoria Mirim (5 a 7 anos ; 8 a 10 anos).
Os melhores projetos de cada categoria serão publicados em um caderno especial no jornal Estado de Minas e no site www.ouroazul.com.br, e, além do prêmio – um troféu, ganharão visibilidade e reconhecimento.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails

Depoimento de Manoel Bibiano, prefeito de Iguatama, MG

Charge na "Gazzeta do São Francisco"

Charge na "Gazzeta do São Francisco"
Despedida de Nêgo Dágua e a Carranca - Juazeiro, BA

Depoimento de Roberto Rocha, Lagoa da Prata, MG

Localidades Ribeirinhas

Vargem Bonita / MG

Ibotirama / BA

Hidrelétrica de Três Marias / MG

Morpará / BA

Pirapora / MG

Barra / BA

Ibiaí / MG

Xique-Xique / BA

Cachoeira do Manteiga / MG

Remanso / BA

Ponto Chique / MG

Santo Sé / BA

São Romão / MG

Sobradinho / BA

São Francisco / MG

Juazeiro / BA

Pedras de Maria da Cruz / MG

Petrolina / PE

Januária / MG

Cabrobó / PE

Itacarambi / MG

Hidrelétrica de Itaparica - PE / BA

Matias Cardoso / MG

Hidrelétrica de Paulo Afonso / BA

Manga / MG

Canindé de São Francisco / SE

Malhada / BA

Hidrelétrica de Xingó - AL / SE

Carinhanha / BA

Propriá / SE

Bom Jesus da Lapa / BA

Penedo / AL

Paratinga / BA

Piaçabuçu / AL

Depoimento de Dom Frei Luiz Cappio, Bispo de Barra, BA

Principais Afluentes

Rio Abaeté

Rio Pandeira

Rio Borrachudo

Rio Pará

Rio Carinhanha

Rio Paracatu

Rio Corrente

Rio Paramirim

Rio das Velhas

Rio Paraopeba

Rio Grande

Rio Pardo

Rio Indaiá

Rio São Pedro

Rio Jacaré

Rio Urucuia

Rio Pajeú

Rio Verde Grande

Entrevista à TV Sergipe, Aracaju

Postagens mais populares