sábado, 21 de agosto de 2010

Arte Popular e Arte Natural no Velho Chico

A Arte está presente em toda a extensão do rio São Francisco, seja pelos trabalhos em argila, pedra, tecido e madeira, seja nas esculturas, pinturas e monumentos naturais produzidos pelas intempéries. Nesta coleção procurei retratar algumas dessas belezas peculiares do Velho Chico.
Escultura natural feita pelas águas de uma corredeira próxima a São Roque de Minas e Vargem Bonita

Estátua em homenagem aos indígenas brasileiros no páteo da hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais

Ponte Marechal Hermes, em Pirapora

Raízes de uma gameleira nas paredes em ruínas de uma igreja em Barra do Guaicuí, no rio da Velhas, Minas Gerais

Galhos de árvore no leito do rio, consequência do desmatamento de suas margens e do arrasto das águas das tempestades

Escultura natural feita por troncos de uma árvore que não resistiu à força da correnteza e ao desmatamento

Curiosa figura imaginada em um tronco de árvore às margens do rio



Curiosa figura imaginada em um tronco de árvore às margens do rio

Silhueta de uma ave semelhante às aves marinhas

Figura mitológica no páteo do Santuário de Bom Jesus da Lapa, Bahia

Lapiás no topo do morro em cuja gruta foi construído o Santuário de Bom Jesus da Lapa, Bahia

Admirável porte do pescador de uma aldeia quilombola no oeste bahiano

Curiosas formas de uma planta na praia às margens do São Francisco

Pintura em afresco na Secretaria de Turismo de Paratinga, Bahia

Pintura em afresco de mulheres lavadeiras do Velho Chico, na Secretaria de Turismo de Paratinga, Bahia

Pilares do Mercado Municipal de Paratinga, Bahia

Curioso e antigo afresco encontrado nas ruínas da casa grande da aldeia de Torrinhas, Bahia

Escultura em gesso sobre um casarão histórico de Barra, Bahia

Ornamento no alto do prédio do Mercado Municipal de Barra, Bahia

Escultura natural formada por galhos de uma árvore tombada devido ao desbarrancamento constante do rio São Francisco, consequência do desmatamento

Vasos de cerâmica comercializados na feira de Xique-Xique, Bahia

Estátua em bronze em homenagem aos pescadores do rio São Francisco, em Xique-Xique, Bahia

Beleza negra: mulher repousa em um barco entre Xique-Xique e Pilão Arcado, Bahia

Painel em tecido no Museu do Sertão, em Petrolina, Pernambuco
Carranca antiga no Museu do Sertão, em Petrolina, Pernambuco

Escultura do mestre Roque Santeiro, em seu atelier em Petrolina, Pernambuco

Trabalho em barro de Ana das Carrancas, em Petrolina, Pernambuco

Trabalho em barro de Ana das Carrancas, em Petrolina, Pernambuco

Trabalho em cacos de cerâmica no atelier de Ana das Carrancas, Petrolina, Pernambuco

Pintura em afresco no muro do atelier de Ana das Carrancas, Petrolina, Pernambuco

Escultura em pedra nos jardins de um hotel em Petrolina, Pernambuco

Esculturas em barro nas areias da praia de Juazeiro, Bahia

Bonsai natural na aldeia Truká, em Cabrobó, Pernambuco

Carranca em pedra no "jardim do milhão", em Paulo Afonso, Bahia

Escultura em bronze da luta entre o touro e a sucuri, no jardim da CHESF, em Paulo Afonso, Bahia

Painel em cimento no jardim da CHESF, mostrando o volume de águas do Velho Chico, antes da construção da hidrelétrica de Paulo Afonso, Bahia

Grande bloco de rocha no canyon de Xingó, entre Alagoas e Sergipe

Aula de desenho e artes à beira do rio São Francisco, em Piranhas, Alagoas

Dunas de areia, escultura natural dos ventos nas praias do encontro do Velho Chico com o mar, o seu destino

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Igrejas do Velho Chico

A religiosidade está presente em toda extensão do rio São Francisco, seja em grandes cidades, seja em pequenas comunidades quilombolas e indígenas. Nesta série pretendo mostrar alguns desses templos, independente de credos ou seitas. São inúmeras manifestações da religiosidade de um povo que, apesar das dificuldades e humilhações, não perde sua fé religiosa e seu sentimento de compaixão.

IGUATAMA, MG

RUÍNAS EM BARRA DO GUAICUÍ, MG

SÃO ROMÃO, MG


SÃO FRANCISCO, MG

ITACARAMBI, MG

MALHADA, BAHIA

SANTUÁRIO DE BOM JESUS DA LAPA, BAHIA

CAPELA DA COMUNIDADE DE PIRANHAS, BAHIA

COMUNIDADE DE BARRA DO PARATECA, BAHIA

COMUNIDADE DE BARRA DO PARATECA, BAHIA

RUÍNAS DE IGREJA EM PARATINGA, BAHIA

PARATINGA, BAHIA

BARRA, BAHIA

XIQUE-XIQUE, BAHIA

COMUNIDADE RIBEIRINHA PRÓXIMA A PILÃO ARCADO, BAHIA

SOBRADINHO, BA - Igreja onde Frei Cappio fez sua 2ª greve de fome contra a transposição das águas do rio São Francisco

PETROLINA, PERNAMBUCO

PETROLINA, PERNAMBUCO

JUAZEIRO, BAHIA

SANTA MARIA DA BOA VISTA, ALAGOAS

CAPELA nas proximidades de CABROBÓ, PE, onde Frei Luiz Cappio fez sua 1ª greve de fome contra a transposição das águas do rio São Francisco

CABROBÓ, PERNAMBUCO

CAPELA NA ILHA DE ASSUNÇÃO, CABROBÓ, PE

RUÍNAS DE IGREJA DO SÉC. XVII EM CABROBÓ, PE


OCA CERIMONIAL DE TORÉ, NA ALDEIA INDÍGENA TRUKÁ DE CABROBÓ, PE

PORTO DA FOLHA, ALAGOAS

PIRANHAS, ALAGOAS

PIRANHAS, ALAGOAS


PIRANHAS, ALAGOAS


PIAÇABUÇU, ALAGOAS



PIAÇABUÇU, ALAGOAS

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Quem se importa com o destino desse rio?

Às vésperas das eleições não conhecemos ainda as intenções dos candidatos no que se refere ao Meio Ambiente. Nem mesmo Marina Silva se arrisca a dar suas opiniões, pois o IBOPE informa que preservar a Natureza NÃO É uma das preocupações da população brasileira, ou seja, defender a Ecologia NÃO DÁ voto! Já sabemos que Dilma Rousseff e José Serra não têm grande simpatia pelas causas de Sustentabilidade. Afinal, Dilma é co-autora do projeto de Transposição das águas do São Francisco e madrinha das maiores hidrelétricas consctruídas e em construção nos rios Xingu e Madeira.


Se a bola da vez é a Saúde porque a Globo assim "interpretou" a maior preocupação dos brasileiros, com a nítida intenção de conceder o mote a José Serra, que se considera "o melhor Ministro da Saúde da História desse país" (já ouviram algo semelhante? "Nunca na História desse País..."), quem se importará com o destino de nossos rios? Quem se importará com o São Francisco, com seus mais de 150 afluentes, com seus 15 milhões de habitantes? Onde estão os Planos de Revitalização e uso sustentável de nosso Velho Chico?


Se nós que temos todo interesse em sua preservação nada fazemos, quem fará? Quem cobrará dos presidenciáveis, dos deputados, senadores, governadores as políticas públicas direcionadas ao Meio Ambiente na imensa Bacia do São Francisco e no Semiárido? Onde estão as ONG´s neste momento crucial da vida da Nação brasileira, que não reivindicam nada para a continuidade de nossos recursos naturais renováveis? Sim, eu disse RENOVÁVEIS, mas até quando? Se tudo continuar como está, nada se renovará no futuro!


QUEM SE IMPORTA COM O DESTINO DESSE RIO?


Já se passou um ano desde que percorri o São Francisco da nascente à foz, ouvindo e retratando as dramáticas realidades desse rio; no entanto, nada mudou. Nem mudará, pois a preocupação dos brasileiros é com seu quinhão nos resultados das eleições. Há quem vote em Dilma porque provavelmente ela prosseguirá em sua política protecionista e paternalista com relação a servidores públicos, a sindicatos e a movimentos sociais. Mas não é assim que se escolhe o mandatário maior dessa nação gigantesca! E as políticas públicas?


As eleições chegarão e não importa quem vença, pois nenhuma proposta verdadeiramente revolucionária se apresenta aos eleitores. Da mesma forma, a sociedade organizada em sindicatos, associações, movimentos sociais pede muito pouco: eles apenas querem verbas! Mas dinheiro sem planos consistentes não representa uma solução. Exemplo disso é a Saúde e a Educação que recebem juntas quase a metade do orçamento da União e não evoluem como deveriam. E isso só ocorre porque as desigualdades sociais nesse país de latifundiários e milionários (que só representam 2% da população) não têm sido tratadas de forma consistente por ninguém que ocupou o Palácio do Planalto ao longo de nossa História.


Assim, o Velho Chico continuará a definhar, a perder suas matas e seus animais, a ser imundecido pela poluição de esgotos domésticos, a ser envenenado por agrotóxicos e resíduos industriais, a ser sugado para outras terras por obras majestosas e de pouco significado para a população ribeirinha, a ser assoreado pelas terras arrancadas dos barrancos... o Velho Chico continuará esquecido, "na fila do SUS", como diz Frei Luiz Cappio.


Enquanto isso, muitos milhares sonham com um cargo público de deputado, senador, governador ou presidente, sem mesmo saber o que fará quando empossado, a não ser continuar com as mesmas práticas de corrupção e mau uso do dinheiro público. Passaremos mais quatro anos sem perspectivas renovadoras porque NÓS não renovamos nossos políticos! 

terça-feira, 10 de agosto de 2010

HOMENAGEM A MARILENE

Marilene de Jesus (da CPT)
Marilene no Acampamento 17 de Abril – Bom Jesus da Lapa - BA
Acabamos de enterrar Marilene, da CPT de Bom Jesus da Lapa – BA há 32 anos. “Põe a semente na terra, não será em vão. Não te preocupe a colheita, planta para o irmão.” Nunca me pareceu tão verdadeiro este canto. As pessoas especiais têm uma relação especial entre o modo como viveram e o modo como morrem... Ela fez de sua vida plantação e os irmãos e irmãs vieram celebrar e oferecer a colheita.

Os últimos tempos de Marilene de Jesus Cardoso Matos foram de uma intensidade reveladora: de um espírito inquebrantável, ela não teve um corpo que, ainda sendo forte, sustentasse tanto destemor – a revolta das células de um câncer tão violento quanto inadmissível a matou em três meses. As agruras familiares, o assassinato do esposo Afonso, a prisão arbitrária, as dificuldades em conciliar o estudo e o trabalho, as incertezas da luta popular na atual quadra... tudo isso junto e em pouco tempo foi um coquetel da vida duro de engolir até para uma Marilene.

A numerosa reunião provocada pela celebração de seu passamento, viva eucaristia, foi outra revelação: além dos familiares, gente de longe e gente de perto, de todas as cores, vários credos, graus de instrução, a diversidade dos movimentos sociais, organizações populares do campo e da cidade eram expressão de 53 anos de vida e uns 35 de militância popular, pastoral, eclesial.

Melhor os diziam os símbolos junto ao corpo tirado do aparato e simbolicamente plantado no chão do Centro Cristo Rei, em Santa Maria da Vitória, lugar-memorial das lutas sangrentas do povo do Oeste Baiano: flores, cactus, enxada, livros, água, lágrimas, bandeiras dos vários movimentos (sem terra, quilombolas, atingidos por barragem, mulheres, educação do campo, PJMP, CEBs, reserva extrativista, fundos e fechos de pasto), fotos dos mártires locais da Causa do Povo, cartazes da Romaria da Terra e das Águas ao Bom Jesus da Lapa, da qual ela era considerada “mãe” e participou de quase todas as 33 edições, os cantos mais evocativos da Caminhada, os testemunhos dos amigos e companheiras, os velhos pais, as duas jovens filhas, o pote que por acidente se quebrou espalhando a terra e todos souberam interpretar...

Marilene marcou com amor feito firmeza e carinho a vida de muita gente, dos camponeses em especial, do movimento popular, da Igreja, da CPT.

Marilene no escritório da CPT em Bom Jesus da Lapa-BA

Mulher, negra, pobre, urbana, filha de pais lavradores de terra alheia, desacostumou-se a dar de graça o suor e desde cedo, nas CEBs, na PJMP, na CPT, pôs-se a suar na luta do povo, no caminho do Reino, na Romaria para a Terra Prometida. Forjada na adversidade, aprendeu na contracorrente a ser libertária. Jamais se dobrou ou contemporizou com os poderes, nem os opressores nem os falsamente libertadores.

A qualidade que mais admirava nela era a consciência de seu próprio papel como agente de pastoral, como educadora popular, como CPT – servidora fiel da libertação verdadeira. Sempre ponderada, chegava a ser intransigente quanto ao protagonismo e autonomia do povo nas decisões que a luta exigia. Rechaçava qualquer tentação vanguardista ou ameaça de manipulação da vontade e do sonho dos trabalhadores. Sofria com as desilusões políticas, as manipulações, as cooptações, o refluxo da luta do povo.

E vinha da fé profunda este proceder, não era metodologia, estratégia ou tática. As leituras bíblicas de sua última celebração o disseram: “Eu ouvi os clamores do meu povo, por causa dos seus opressores. Conheço seu sofrimento e desci para o libertar das mãos de seus opressores e para fazê-lo subir para uma terra fértil e espaçosa onde correm leite e mel “(Êxodo 3,7-8); “O Reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, é a maior das hortaliças e torna-se árvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos” (Mateus 13,31-32). De fato nem Javé nem Jesus fizeram concessões ao que não fosse a vida, a liberdade, a justiça, a solidariedade, a paz, construídas em amorosa parceria com a humanidade. “Quero cantar ao Senhor, sempre enquanto eu viver, hei de provar seu amor, seu valor e seu poder”.

Em 25/03/2010, ordenada pelo Juiz da Comarca, Eduardo Nostrani, deu-se a prisão dela e do presidente do STR João Sodré, apenas porque assinaram como representantes nota de denúncia das arbitrariedades deste juiz no caso da grilagem de terra nas comunidades geraiseiras de fecho de pasto de Salobro, Quati, Mutum, Jatobá, Pedra Preta, Brejinho dos Gerais, pelos advogados Paulo (ex-padre) e Socorro Sobral. A prisão injusta, ainda que sofrida, completou uma vida de irrestrita solidariedade à luta camponesa, tão criminalizada hoje.

Muitos viram na trajetória de Marilene também um alerta para cuidarmos mais e melhor da saúde, da relação com a família, o que implica em rever prioridades e ritmo de trabalho. Sem, porém – para continuar fiel a Marilene –, que isso sequer resvale para preocupações pequeno-burguesas, tão encontradiças hoje.

Ainda na última hora, sinal de contradição dos tempos cruéis que vivemos e nos interpela cruamente: no muro do cemitério duas faixas foram colocadas lado a lado. Uma do Partido dos Trabalhadores de Santa Maria da Vitória alegava “profundo pesar pelo óbito da nossa companheira”. A outra, tosca, posta por trabalhadores, dizia pequeno em desenhos quase infantis de flor e coração com a palavra “mãe” e “te amamos, Marilene”, e pedia bem grande “QUEREMOS JUSTIÇA”.

A comoção geral era dor pelas perdas várias e específicas, mas era também profundo agradecimento pela trajetória de vida e serviço de Marilene. Sejamos na luta, nos movimentos populares, na política, na Igreja, na CPT, na vida, dignos e dignas da companheira que hoje devolvemos à terra, que tanto queria repartida! Viva Marilene de Jesus, da CPT.

Ruben Siqueira
CPT Bahia / São Francisco
Santa Maria da Vitória, 2 de agosto de 2010

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