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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Ele sobreviveu para contar essa história!


"Existem pessoas que nasceram para medir o imensurável. 

João Carlos é uma delas, cujo espírito livre, em algum momento da vida, aflorou e tomou conta da sua vida para todo o sempre, mudando, sobretudo, sua visão, que agora enxerga uma janela tão vasta que dela pode-se ver o mundo.

Nas conversas, durante as escaladas em que juntos repartimos a corda, João Carlos me falara do seu projeto de remar solitário pelo São Francisco e depois escrever o livro. Foi com grande satisfação que soube de sua partida e acompanhei a expedição de um homem que não só buscava a aventura, mas perseguia, acima de tudo, em sua jornada, entender a alma do rio, que a ele se mostrou.

E, nas páginas do livro, João Carlos nos presenteia com suas descobertas, impressões, sentimentos, alegrias e tristezas sobre os dias em que passou nas águas do mítico São Francisco."

Eliseu Frechou
Guia de Montanha

Não deixe esta história morrer.
Você pode fazer parte dessa história juntando-se ao grupo de patrocinadores voluntários.



Assegure o seu exemplar autografado e eternize seu nome nas páginas do "Meu Velho Chico - um rio pede ajuda"! Este livro não será vendido em livrarias. Apenas aqueles que colaborarem com sua publicação, além das comunidades ribeirinhas do rio São Francisco irão receber este livro!

Entre no site da campanha para publicação do "Meu Velho Chico" e ajude a fazer este livro virar realidade: https://www.kickante.com.br/campanhas...

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Produção do livro "Meu Velho Chico"




Crowdfunding é uma iniciativa fantástica, democrática e justa de se viabilizar um projeto sem ter que depender de um governo ou de grandes empresas. Quem financia o projeto são nossos amigos e familiares, que conhecem o nosso trabalho e o compromisso que temos com as causas que defendemos.

Como vocês sabem, minhas causas são o AMBIENTALISMO e os POVOS INDÍGENAS! E nada mais coerente e compatível com essas causas do que a EXPEDIÇÃO que realizei em 2009 pelo rio SÃO FRANCISCO!

Meu livro relata justamente os problemas que esse fantástico rio enfrenta diante da devastação cada vez mais intensa, provocada pela exploração descontrolada de nossos recursos naturais, seja pelo desmatamento de suas margens, pelas hidrelétricas mal planejadas, e agora pela transposição de suas águas, irresponsavelmente construída numa das piores crises hídricas que o Velho Chico está sofrendo. Mas o livro fala também de um povo encantador, hospitaleiro e simples, que me acolheu em suas casas, generosamente, sem sequer me conhecer! Jamais me esquecerei dessa gente humilde e pura!

E é a essa generosidade que eu agora recorro, a vocês que me acompanham aqui, em minhas manifestações, sinceras e emocionadas, para viabilizar o meu projeto! A cada doação acima de 100 reais, sendo publicado o livro, enviarei um exemplar autografado como retribuição. Para que isso seja possível, ao efetuar a doação, não se esqueçam de preencher todos os dados de identificação, principalmente seu nome, telefone e endereço completo.

Hoje é o segundo dia de campanha. Eu e Armando Gonçalves Junior fomos os únicos canoeiros a percorrer toda extensão do rio São Francisco, da nascente até a foz, um percurso de 2.700 quilômetros. Mas não é apenas o aspecto de aventura que nos motivou, embora tenha sido a maior aventura de minha vida. Foi a grandiosidade do rio, a diversidade cultural dos povos ribeirinhos, a gravidade dos conflitos fundiários e a tristeza de ver esse gigante agonizando diante da falta de ações governamentais efetivas para sua revitalização!

Hoje, o que me motiva a perseverar na publicação do meu livro é saber que precisamos mobilizar a opinião pública, conscientizando a todos sobre a necessidade inadiável de preservação da natureza. No livro, eu relato minha visão desse rio mágico e inesquecível e sua população generosa e carente de atenção do Estado brasileiro... A novela "Velho Chico" mostra essa realidade de forma romanceada, mas eu estive lá! Vivi cem dias remando em suas águas! Convivi com os ribeirinhos! Dormi em suas casas e me alimentei de sua comida e de suas histórias! Senti na pele e na carne os seus problemas!

É disso que falo em meu livro! É para tornar público o meu relato que peço a ajuda de vocês! Colaborem com meu projeto doando qualquer quantia, pois tenho certeza que é para uma causa nobre. Não quero ganhar dinheiro com a publicação do livro, mas apenas levar adiante a palavra de um povo sofrido e oprimido por grandes latifundiários e pelas obras irresponsáveis de tantos governos corruptos que se aproveitam da miséria dessa gente para se enriquecer desonestamente!

É meu compromisso doar cada centavo que eventualmente ganhar com o livro para as populações ribeirinhas! Ao término dessa jornada levarei pessoalmente três exemplares para cada comunidade que me acolheu! Entregarei a cada um minha mensagem de esperança, que terá sido construída com a ajuda de todos vocês! Serei grato a todos que colaborarem com essa missão!


Para fazer sua doação, clique aqui: 
Expedição "Meu Velho Chico" - campanha para publicação do livro
  

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

AMORES NO VELHO CHICO


AMORES NO VELHO CHICO nasceu do princípio de que comunicação de fatos, jeitos e trejeitos das pessoas está na narrativa cinematográfica fiel, dos fatos como apresentados pelo seu protagonista, o povo ribeirinho, personagem central das histórias retratadas.

O principal objetivo da expedição AMORES NO VELHO CHICO é trazer a tona este potencial através do desenvolvimento e da produção de documentários que possam mostrar não somente simples biografias, mas as riquezas do pensamento humano, pelo olhar das pessoas que buscam o bem, pelo bem.

Nós queremos mostrar e contar as histórias de pessoas. Sabemos que pode parecer, à primeira vista, algo um tanto prosaico, um tanto quase insano, beirando ao melódico e enfadonho se comparado ao mundo que vivemos.

Mas será assim mesmo? Estamos fadados a viver estes tempos encobertos de fardos tristes e desmerecedores do descanso da nossa alma? Então se prepare para o que vamos lhe contar.

Histórias de vida podem parecer até um fato desgastado, porém até o mais cético dos leitores se envereda por casos e biografias. E todos têm um história própria pra contar, nem que seja para justificar sua descrença na sua existência ou integridade.

E estas vidas têm formas. Forma de casal, forma de amigo, de criança, de pai, de mãe, filho, todas enlaçadas no amor. No bem, pelo bem. São atos de solidariedad e, de companheirismo, de doação. São desencontros e encontros. Muitas desconhecidas do grande público, mas, podemos afirmar, são surpreendentes.

Assim, pensando e refletindo, apaixonados por pessoas, letras e histórias da vida real, Amores no Velho Chico propõe buscar, no cotidiano de todo gêmero de pessoas, histórias que comprovem, para todo o país, que vale muito a pena amar e ser amado. E que tem muita vida por aí, muita história real capaz de deixar neveleiros de plantão embasbacados e entretidos. E é pra ser mostrado e admirado.

Contar os Amores no Velho Chico é ressaltar tudo que é humano e eterno, valorizando o que nosso, vital e pungente, para nós, brasileiros, e para o mundo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Há um ano...

Hoje completa-se um ano do início de minha jornada pelo rio São Francisco. Nesta data, em 2009, eu seguia para São Roque de Minas, na Serra da Canastra, onde se iniciaria minha expedição. Não direi "parece que foi ontem", pois não é verdade; parece mesmo uma eternidade! E hoje me sinto muito distante daquele rio fantástico, que me deu lições de solidariedade e a consciência de que a realidade de nosso país é muito mais trágica do que supomos em nossa lide diária. Sim, pois em nosso pequeno mundo de ilusões ignoramos o que acontece nas áreas mais pobres e carentes dos mais longínquos rincões do planeta. Há um ano eu começava a conhecer o rio São Francisco...

Hoje, um ano depois, tenho uma percepção clara das belezas, dos problemas, das comunidades, da economia que se alimenta de suas águas, da triste intervenção política que desconhece a história e a cultura que se construiram ao longo de cinco séculos e que ameaçam desaparecer com as obras megalomaníacas de personagens que não fazem parte desse contexto e que, no entanto, têm o poder de transformar tudo apenas com uma assinatura no papel de suas vaidades.

Eu acreditava que, depois dessa viagem extraordinária, muitas pessoas, escolas, veículos de comunicação gostariam de saber o que vi, vivi, senti e constatei ao longo do imenso percurso de 2.700 quilômetros. Eu imaginava que meus amigos, meus familiares, as pessoas com quem convivi durante anos quisessem saber o que se passou por meus pensamentos durante esses 100 dias que durou minha viagem.

Mas nada disso aconteceu. É passado! Nada restou senão minhas anotações, meu livro inconcluso à espera da sua publicação. Qual será o destino desse relato? O tempo dirá, mas tenho poucas esperanças de que minha saga sirva de lição para a sociedade. Sim, porque o nosso pequeno mundo só percebe o que lhe convém, o que faz parte de nosso cotidiano, e a maioria dos seres humanos se contenta em deixar o tempo seguir seu curso nas brincadeiras virtuais que amenizam seu isolamento.

Para mim foi o bastante: minha vida não pode ser a mesma, meus caminhos não me levam mais ao previsível racional, não consigo me adaptar às artimanhas do jogo dos homens e fingir que tudo o que vi não existe, de fato; seria apenas o produto de minha imaginação... não! eu vivi realmente essa peregrinação, contracenei com os mártires da sociedade, subjugados pelo poder econômico em nome de interesses menores; sofri com eles e deles me compadeci no âmago de meus sentimentos.

Nos próximos dias sigo para Roraima; devo começar uma nova vida, dedicada aos silvícolas, seres que, humilhados pelo processo de colonização, expropriados de suas terras, chacinados pela extrema ambição de seus algozes, destituídos de suas tradições e culturas peculiares, são hoje confinados em territórios impostos pelos herdeiros bastardos de sua riqueza natural, vendo suas matas se transformarem em plantações de soja e pastagens de gado, seus rios poluídos pelos esgotos e dejetos industriais, suas famílias desagregadas pela única lição que o "homem branco" lhes legou: consumir, prostituir, empobrecer, entregar-se aos vícios e às drogas!

Sigo como o fiz pelo São Francisco, em minha peregrinação inglória, imbuído de minha responsabilidade, pela consciência de que faço parte dessa história deprimente que estamos construindo para nossos herdeiros. O que dirão nossos filhos quando já for tarde demais para reverter a desgraça da destruição que lhes deixamos? Talvez eles próprios não se apercebam dessa barbárie, por não conhecer o que havia de rico, de belo, de único na Natureza que então se perdeu.

Não guardo mais rancores, pois sei que "eles não sabem o que fazem", como disse um mestre muito citado e pouco seguido. Guardo uma profunda tristeza, um desalento ao constatar que nada do que se faça reverterá esse quadro macabro da passagem dos homens por essa Terra abençoada. Nosso pequeno planeta, talvez o mais belo de todas as galáxias por ter gerado a vida, certamente se acabará precocemente pelas mãos de sua maior obra: o próprio Homem! Restarão os desertos, a escória da humanidade a se arrastar, miserável e perdida pelos continentes devastados.

Há um ano eu iniciava minha viagem repleto de esperanças...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ambientalista viaja sozinho pelo São Francisco e faz levantamento ambiental do rio

Correio Braziliense - Ciência e Saúde

Gisela Cabral

Publicação: 24/01/2010 09:50



Percorrer toda a extensão do São Francisco a bordo de uma simples canoa. A missão — movida pela vontade de conhecer a fundo cada detalhe do famoso rio, que banha nada menos do que cinco estados brasileiros — pode parecer impossível, mas o ambientalista João Carlos Figueiredo, 60 anos, não só a realizou, como transformou a aventura solitária em alerta para a sociedade sobre a situação de um ecossistema que necessita de cuidados.

A jornada, iniciada em setembro passado, durou 99 dias. Figueiredo percorreu 2,5 mil quilômetros munido apenas de itens básicos de sobrevivência, com exceção de um aparelho de GPS para localização e câmeras de fotografia e vídeo. O ambientalista pode ver de perto a situação da fauna e da flora do rio — considerado o mais importante caminho de ligação das regiões Sudeste e Centro-Oeste com a Nordeste —, além das condições de vida das populações que vivem às margens do Velho Chico. Tudo registrado em milhares de fotos, horas de filmagem e muitas páginas escritas. O material foi publicado em um blog na internet pelo próprio Figueiredo, que recebeu patrocínio para alimentação e para a câmera fotográfica que utilizou.

Durante os mais de três meses de aventura, ele iniciava o dia por volta das 4h, remava por até 10 horas e só parava no fim da tarde, para se alimentar e descansar. Ele conta que teve o privilégio de observar belas paisagens e encontrar gente simples e hospitaleira, além de conhecer iniciativas bem-sucedidas de preservação do rio. Porém, a expedição revelou trechos onde a poluição e o desrespeito à natureza eram visíveis. “A destruição das matas ciliares fez com que barrancos enormes desmoronassem e provocassem o fenômeno do assoreamento no rio. Isso sem contar com o grave problema do desaparecimento da fauna nativa”, afirma.

De acordo com o viajante, já no início do rio é possível sentir o cheiro do esgoto. “A situação vai se agravando à medida que povoados maiores vão surgindo. Depois de Três Maria (MG), por exemplo, há o esgoto que vem de Belo Horizonte (MG) e desce pelo Rio das Velhas, um dos afluentes do São Francisco. Também falta educação ambiental às populações ribeirinhas, que acabam jogando lixo e dejetos na água. Essas pessoas não imaginam que a situação é ruim para elas e para o planeta”, explica Figueiredo. Indústrias e grandes agricultores também lançam resíduos no rio, como agrotóxicos utilizados nas lavouras.

Características próprias

Os contrastes encontrados ao longo do percurso também chamaram a atenção de Figueiredo. Apesar de o curso d’água ser o mesmo, ele aponta que cada região apresenta características próprias. “Em Alagoas, por exemplo, predomina a plantação de coco. Num trecho próximo a Piaçabuçu, cheio de curvas, conheci um verdadeiro paraíso ecológico, repleto de animais. Parecia um oásis”, conta. Trechos próximos a Sergipe, onde predominam plantações bem cuidadas e diversificadas, também não passaram despercebidas. Além disso, segundo ele, é impossível falar do Rio São Francisco sem mencionar a obra de transposição implantada pelo governo, devido ao agravamento da crise do abastecimento hídrico do Nordeste, em 1999. Porém, o tema ainda divide opiniões, pois é considerado por muitos uma agressão ao ecossistema.

A previsão é que seja concluída a implantação de um conjunto de canais, adutoras, túneis, estações de bombeamento e reservatórios feito a partir dos dois eixos que saem do rio, entre as barragens de Sobradinho e Itaparica, na Bahia. “A transposição tem de ser vista sobre dois pontos de vista: o ambiental e o social. O grande problema, na minha opinião, é que a água do rio está sendo levada para abastecer outros lugares e pode descobrir outros que também necessitam de ajuda”, avalia Figueiredo, que agora trabalha na compilação das informações coletadas ao longo dos três meses em que passou no rio para o lançamento de um livro.

Artigo Correio Braziliense

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Próximas Etapas

Já estou trabalhando o material que dará origem às minhas próximas ações... nesse ano de 2009, totalmente dedicado ao projeto da expedição "Meu Velho Chico" eu consumi cinco meses em planejamento, 99 dias em viagem, três meses tentando patrocínios; tirei quase 4.000 fotografias, gravei cerca de 30 horas de vídeo, escrevi mais de 300 páginas de meu diário de bordo, visitei 25 cidades e 15 comunidades (indígenas, quilombolas, assentamentos), conheci centenas de pessoas interessantíssimas, fotografei igrejas, pontes, pores-do-sol, animais, árvores, barrancos, pessoas, casas antigas, praias de rio e de mar...

Pretendo concluir a edição de todo esse material até o final de abril. Depois começa outra batalha por editoras e patrocínios. Quero ter meu livro publicado até o final de julho deste ano, para lançá-lo na Adventure Sports Fair e relançá-lo em algumas das principais cidades que visitei. Vou doar um exemplar para cada comunidade que me acolheu e para as pessoas que me ajudaram ao longo do rio. Gostaria muito de entregá-los pessoalmente, mas isso só será possível com patrocinadores... vamos aguardar...

Pretendo fazer palestras em todos os eventos relacionados com a preservação do meio ambiente e, para isso também preciso da ajuda de amigos, que tornem isso possível. Por enquanto, as poucas ajudas que consegui partiram dos mais humildes, dos mais comprometidos com a preservação do rio São Francisco. A mídia nacional continua me ignorando; por isso, se alguém puder me ajudar a romper essa muralha de silêncio, ficarei eternamente grato. Não é a fama que busco, mas oportunidades para divulgar minha missão!

Abraços a todos!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Minha homenagem ao TOP BLOG

No momento em que escrevo esse post ainda não saiu o resultado dos TOP 3 de cada categoria do Top Blog. No entanto, quero manifestar minha satisfação por ter participado dessa saudável disputa entre os melhores blogueiros do país! Escrever em um blog é uma atividade nova para mim. E percebo o poder desse instrumento, que dá, a qualquer pessoa, voz ativa para expressar suas idéias, sem censuras, sem privilégios, sem obrigações senão as de sua própria consciência.

Estar nessa competição me fez melhor; obrigou-me a pensar em profundidade os temas com os quais estou comprometido desde o momento em que decidi realizar minha expedição. Talvez não o tivesse feito com tanto empenho, se não estivesse entre os Top 100... saber que existem leitores que frequentam nossas páginas é um incentivo, um estímulo e um compromisso! Por isso, durante esses meses pesquisei a web em busca de organizações não governamentais vinculadas ao tema "preservação do rio São Francisco", li o que foi possível, meditei sobre a vida no rio e em seu entorno, assisti documentários, e me envolvi completamente com o assunto! Tornei-me mais engajado, comprometido e preocupado em transmitir a "minha" mensagem, pois ela seria "ouvida" por dezenas de pessoas interessadas pelo destino de nossos rios, ecossistemas, meio ambiente...

Dentro de poucos dias estarei de volta ao rio, remando por devoção à minha causa, e esperando poder interferir no destino do Velho Chico, confiando que essa mensagem chegue às autoridades, empresários, educadores e estudantes, e lhes alcance o coração; que ela não chegue tarde, que haja tempo, ainda, para que as ações humanas sejam suficientes para mudar o destino do Planeta, e que essa expressão tão bela deixe de ser um texto poético e se torne uma profecia:

"A Terra não é uma herança de nossos pais, mas um empréstimo de nossos filhos!" E que, por isso, cada ser humano aprenda a consumir menos, a ser mais responsável, a ter cuidados com a Vida, a deixar menos pegadas em seu caminho, a amar a Natureza como se ama um filho, pois ela é o nosso maior legado à civilização que virá depois de nossa passagem por aqui.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Principais Aquíferos da bacia do São Francisco




Fonte: Articulação Popular "São Francisco Vivo"

Articulação defende um Projeto Popular de Revitalização do São Francisco

Mais de 100 delegados representando 43 organizações e movimentos sociais de toda a Bacia do São Francisco encerraram, no dia 23 de agosto, a participação no II Encontro Popular do Rio São Francisco, mantendo como prioridade de ações para os próximos dois anos da Articulação Popular pela Revitalização do São Francisco, a defesa de um projeto Popular de Revitalização do “Velho Chico”. A proposta surgiu em meio às constatações de que os grandes empreendimentos econômicos que degradam o rio têm avançado e que o programa de revitalização proposto pelo governo pouco fez para a real recuperação do São Francisco.

Na “Carta de Carnaíba”, documento final do evento, a Articulação denuncia o avanço de atividades degradantes em toda a Bacia, muitas delas incentivadas pelo PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento). O cenário aponta como condição necessária para a revitalização, a prevenção de novos danos à bacia. Por essa razão, também está sendo priorizado o enfrentamento aos grandes projetos de mineração, agrohidronegócio, barragens (energia) e o fortalecimento da luta contra a Transposição.

No Projeto Popular de Revitalização proposto pela Articulação Popular do São Francisco, uma das alternativas apontadas para reverter esse estado atual de degradação é a garantia e o incentivo a demarcação, titulação e desintrusão das terras e territórios das comunidades tradicionais. Como as populações indígenas; os quilombolas, os pescadores e as comunidades de Fundos e feichos de pastos, que preservam um modo de vida de pouco impacto ao ambiente natural da bacia e com os quais ainda pode-se aprender muito quanto à preservação dos rios.

“Um projeto construído a partir das populações que vivem ao longo do rio, envolvendo os grupos e as comunidades, será em prol da vida. Ao contrário dos projetos do governo que estão contaminados por interesses econômicos”, analisa Maria Tereza Corujo, do Movimento pelas Serras e Águas de Minas, uma das participantes da Articulação.

Denúncias recentes feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) confirmam a sua fala. O TCU determinou que o Ministério da Integração Nacional suspendesse a contratação de empresas para execução e acompanhamento de programas ambientais relacionados à transposição do Rio São Francisco, devido aos indícios de sobrepreço nos valores orçados relativos à mão de obra, passagens e aluguel de veículos, manutenção e combustível. O TCU encontrou sobrepreço de 64,03% no aluguel de veículo leve e de até 90,74% no valor das passagens aéreas.

Além das denúncias do TCU, o programa de Revitalização do governo também é alvo de críticas do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Thomaz Matta Machado. Na sua opinião, não existe um programa, mas apenas ações isoladas de esgotamento sanitário. “Existe muito dinheiro orçado para a Revitalização, mas sem a implementação real desses gastos”. Machado aponta também uma outra contradição no projeto proposto pelo governo. “A revitalização tem que trabalhar a questão da diminuição da vazão e não apenas a questão da qualidade da água. Na prática, as ações em execução priorizam o saneamento ambiental. A quantidade de água na bacia e no Rio São Francisco não está sendo considerada”.

A preocupação de Thomaz Machado é pertinente. Em estudo publicado pela Journal of Climate, da Sociedade Metereológica Americana, o fluxo de água do rio São Francisco caiu 35% no último meio século. “O programa de revitalização tem que vir da sociedade”, defende.

Idéia compartilhada pelos participantes do encontro na Carta de Carnaíba: “O cerne da nossa luta é o Projeto Popular para o São Francisco – Terra e Água, Rio e Povo”

Fonte: Informe da Comissão Pastoral da Terra – Regional Bahia, publicado pelo EcoDebate, 28/08/2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cronograma Ajustado da Expedição


Considerando a retomada da viagem no dia 20 de setembro próximo e partindo de Três Marias, este passa a ser o cronograma estimado da expedição. As distâncias entre as localidades são estimativas baseadas em medições no Google Earth e podem sofrer distorções e aproximações. As datas apresentadas entre parêntesis correspondem à chegada prevista nas localidades e incluem o tempo de permanência na localidade precedente.

Três Marias / MG (90 km20/09/2009)
Pirapora / MG (130 km – 23/09/2009)
Ibiaí / MG (65 km – 25/09/2009)
Ponto Chique / MG (35 km – 26/09/2009)
São Romão / MG (40 km – 27/09/2009)
São Francisco / MG (65 km – 29/09/2009)
Pedras de Maria da Cruz / MG (30/09/2009)
Januária / MG (80 km – 03/10/2009)
Itacarambi / MG (60 km – 05/10/2009)
Matias Cardoso / MG (36 km – 09/10/2009)
Manga / MG (12 km – 10/10/2009)
Malhada / BA (10/10/2009)
Carinhanha / BA (54 km – 12/10/2009)
Serra do Ramalho / BA (90 km – 15/10/2009)
Bom Jesus da Lapa / BA (42 km – 16/10/2009)
Paratinga / BA (80 km – 20/10/2009)
Ibotirama / BA (67 km – 22/10/2009)
Morpará / BA (83 km – 25/10/2009)
Barra / BA (60 km – 27/10/2009)
Xique-Xique / BA (65 km – 30/10/2009)
Remanso / BA (165 km – 05/11/2009)
Sento Sé / BA (06/11/2009)
Sobradinho / BA (156 km – 11/11/2009)
Juazeiro / BA (40 km – 13/11/2009)
Curaçá / BA (103 km – 18/11/2009)
Santa Maria da Boa Vista / PE (40 km – 19/11/2009)
Orocó / PE (35 km – 20/11/2009)
Cabrobó / PE (30 km – 21/11/2009)
Belém de São Francisco / PE (40 km – 23/11/2009)
Paulo Afonso / BA (180 km – 29/11/2009)
Canindé de São Francisco / SE (60 km – 02/12/2009)
Piranhas / AL (03/12/2009)
Pão de Açúcar / AL (40 km – 04/12/2009)
Gararu / SE (40 km – 05/12/2009)
Traipú / AL (15 km – 06/12/2009)
Porto Real do Colégio / AL (52 km – 08/12/2009)
Propriá / SE (09/12/2009)
Penedo / AL (35 km – 10/12/2009)
Ilha das Flores / SE (20 km – 12/12/2009)
Piaçabuçu / AL (20 km – 14/12/2009)
Pirambu / SE (60 km – 18/12/2009)
Aracaju / SE (30 km – 20/12/2009)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Desenvolvimento Sustentável: paradoxo possível?


O debate entre “desenvolvimentistas” e “ambientalistas” evidencia as enormes contradições dessas palavras. Existe o “Desenvolvimento Sustentável” ou seria apenas uma quimera, um jogo de marketing que oculta intenções não manifestadas de desviar a atenção dos incautos sobre a devastação incontrolada de nossos recursos naturais?
A primeira contradição a ser resolvida é: “os ambientalistas são contrários ao desenvolvimento social, econômico, científico e tecnológico da humanidade?” Certamente que não! No entanto, a evolução não pode se dar mediante a destruição do meio ambiente! Aliás, isso não é necessário! As áreas ditas “produtivas” hoje existentes são grandes o bastante para abastecer toda a população do mundo, inclusive em crescimento moderado por muitos anos. Além disso, a evolução tecnológica e o aumento da produtividade assegurariam o ajuste das áreas produtivas ao aumento do consumo, desde que este se dê em níveis toleráveis.
E esta é a segunda questão!
O consumismo da sociedade contemporânea não tem precedentes na História da Humanidade! Nunca se consumiu tanto! NUNCA SE PRODUZIU TANTO LIXO! Hoje é comum, em uma sociedade “desenvolvida”, uma família ter um veículo, um celular, um computador para cada pessoa, dois ou mais televisores e uma imensa lata de lixo! Uma residência de classe média nessas sociedades costuma ter dois ou mais banheiros, com chuveiros de alta potência de consumo de energia. Cada habitante dos grandes centros urbanos produz mais lixo do que consegue consumir de alimentos! Cada veículo transporta apenas um passageiro (o motorista), em percursos de 20 a 50 km por dia, consumindo energia renovável ou não!
A humanidade continua crescendo a taxas superiores a 2,5% ao ano, sendo que esses indicadores são maiores para as sociedades mais pobres e carentes. Ou seja, o mundo não conseguirá vencer a batalha da pobreza, mantidos esses níveis de crescimento. Pior do que isso: a produção não será suficiente, os empregos não serão suficientes, a água potável se tornará escassa até mesmo nos grandes centros desenvolvidos do mundo contemporâneo, daqui a poucos, muito poucos anos!
A população do mundo precisa parar de crescer!
Diante desse quadro alarmante, o que seria um “Desenvolvimento Sustentável”?
Em primeiro lugar, nenhuma ação será suficientemente eficaz sem distribuição das riquezas e eliminação dos bolsões de pobreza. A miséria é a célula cancerosa que se espalhará por todo o organismo social, matando-o. É imprescindível eliminar a pobreza! O problema é: qual o ser humano RICO que estaria disposto a abrir mão de parte de sua riqueza para mitigar a fome de seu semelhante em troca de nada, simplesmente por compaixão e caridade? Nenhum, certamente!
E se for para salvar sua própria vida?
Sim, salvar a vida, pois a miséria se espalhará pelo mundo na medida em que os espaços cultiváveis forem ocupados, deixando atrás de si terras devastadas. Hoje, o mundo se caracteriza pelo retorno das “plantations”, as enormes áreas de monocultura de soja, de cana de açúcar, de trigo, de eucalipto, de pinus... as imensas pastagens... e as áreas de cerrado se queimando, para se transformar em novas “plantations”, as florestas sendo queimadas, para se transformar em pastagens... um dia todas desaparecerão!
Mas a humanidade continuará a crescer, a consumir desesperadamente, e a produzir lixo, muito lixo! E as fontes de energia não renováveis se extinguirão; e as novas fontes de energias renováveis consumirão terras que produziam alimentos; e as fontes de água potável se tornarão insuficientes para matar a sede de prováveis 10 bilhões de habitantes; e um exército de sedentos e famintos percorrerá a Terra em busca de saciar suas necessidades, matando e roubando, se for preciso, transformando nosso planeta em um local desprezível, pior até do que as mais trágicas ficções do cinema que costumamos assistir entusiasticamente, até com certo "prazer" mórbido, como se não nos dissesse respeito...
E não mais existirão “ambientalistas”, que desaparecerão junto com a Natureza, consumidos pela ambição desmesurada dos seres humanos, que conquistaram o poder e determinaram a prevalência de seus “valores desenvolvimentistas” e imediatistas, em detrimento da preservação da própria espécie! Mas então não existe saída?
Claro que existe! E ela é óbvia, como todas as grandes verdades!
O primeiro passo é ter consciência dessas possibilidades catastróficas e não compactuar com elas. É apoiar causas ambientalistas, sem paixão, mas com responsabilidade! Hoje, a maioria das pessoas acredita que "o ambientalista é uma espécie de herói, a quem é dado o poder de salvar a humanidade, sem que cada um precise fazer a sua parte!" Isso é impossível, injusto e irracional! Para que haja uma saída são necessários os esforços e o comprometimento dos políticos, dos empresários, dos educadores e do povo!
O que deve ser preservado? Essa é a primeira grande questão! As reservas ecológicas existentes, supondo que sejam preservadas, seriam suficientes para assegurar a preservação das espécies e garantir o futuro da Humanidade? Olhando para a Amazônia, foco de todas as ações atuais, o que ainda pode ser salvo? O Pará está condenado pelas madeireiras, mineradoras, pecuaristas e agro-indústrias, assim como grande parte do Mato Grosso. O Amazonas ainda pode ser salvo, assim como Roraima e outros estados. Mas é preciso um estudo detalhado daquele ecossistema para entender o que NÃO PODE SER DESTRUÍDO sob pena de causar um efeito de sucessivas degradações até a extinção final do meio ambiente.
A Natureza é um organismo extremamente frágil e sensível; às vezes, basta eliminar uma fonte de água para acabar com todo o ecossistema; veja, por exemplo, o Cerrado. Sua rica e exótica vegetação depende das águas subterrâneas que, por sua vez, dependem do tipo de solo e dos canais nele esculpidos para se locomoverem. Basta cortar um desses caminhos, e o que vem depois será devastado! Portanto, os sistemas hídricos da Terra precisam ser profundamente estudados, compreendidos e considerados nos planos de ocupação humana.
Curiosa é a ação governamental na bacia do São Francisco! Sabendo do estado lastimável em que se encontra o rio devido às intervenções humanas, principalmente na região das nascentes, resolve investir 4,5 bilhões para tirar mais água e distribuir para outras bacias do Nordeste! Não satisfeito, e em resposta às pressões ambientalistas, cria um plano "emergencial" de "revitalização", cujos primeiros investimentos foram para saneamento de esgotos nas localidades da Bahia, próximas às obras de transposição!
Oras, se não se cuidar do rio onde ele é gerado, de que adianta cuidar dos esgotos? As cabeceiras dos rios estão sendo destruídas pelas águas das chuvas devido à queda dos barrancos, uma vez que as matas ciliares foram arrancadas pelos agricultores! É lá que precisa haver investimento! É a terra arrancada dos barrancos e arrastada pela correnteza que causa o assoreamento! É o alargamento do rio que aumenta a evaporação e reduz o volume de águas do rio! É a morte das matas que causa o desaparecimento das espécies da rica fauna da região!
Não é meu propósito escrever um tratado sobre o assunto, mas alertar para o momento crucial que estamos vivendo: nunca a sociedade teve tamanho poder destrutivo, e nunca a população chegou aos níveis críticos em que se encontra. Nunca as fontes de água doce foram tão ameaçadas, seja pelo degelo dos glaciares, seja pela contaminação dos aquíferos e das águas de superfície, seja pelo uso dessas águas para consumo industrial, seja pelo consumo doméstico sem nenhum controle, seja pelo uso indiscriminado de agrotóxicos pela lavoura!
Enfim, existe o chamado “Desenvolvimento Sustentável”? Ele é possível? Sim e não; depende do que pretendemos significar com essa expressão. Se nosso propósito é apenas de marketing, para vender “créditos de carbono”, o desenvolvimento sustentável é uma grande mentira que nos conduzirá mais rapidamente para o fim! No entanto, se houver sinceridade de propósitos, se houver determinação da comunidade internacional até para impor aos governos dos países uma atitude responsável perante os tesouros da Natureza e de sua preservação, então será possível alcançarmos juntos o desenvolvimento sustentável, desde que associado a uma política socializante e humanitária!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Monocultivo da cana devasta Cerrado no Alto São Francisco

Maria Luisa Mendonça

O cerrado é conhecido como "pai das águas", pois abastece as principais bacias hidrográficas do País. Aqui estão as nascentes do rio São Francisco e seus afluentes, como o Samburá, o Santo Antônio e o rio do Peixe, além do Rio Grande, que deságua no rio Paraná. A fauna e a flora são riquíssimas e guardam muitas espécies ameaçadas de extinção. Na Serra da Canastra foram identificadas mais de 300 espécies de aves e 7.000 espécies de plantas.

No município de Lagoa da Prata já existia uma usina de açúcar desde a década de 70, de propriedade de Antonio Luciano, "coronel" e latifundiário, conhecido como um dos maiores grileiros de Minas Gerais. Mais recentemente, a empresa francesa Louis Dreyfus adquiriu esta usina e expandiu o monocultivo de cana para a produção de etanol. Nos últimos dois anos, outras empresas participam do processo de expansão da monocultura da cana na região.

Os efeitos são devastadores. Na fazenda de Antonio Luciano chegaram até a desviar o curso do rio São Francisco para facilitar o escoamento da produção, sem licença ambiental ou estudos técnicos. Tanto no período inicial de implantação da cana, como nesta fase recente, a monocultura substitui áreas de lavouras e criação de gado, além de destruir as reservas florestais e a mata ciliar. Na implantação dos plantios, as empresas fazem queimadas clandestinas das matas nativas à noite, derrubam e enterram as árvores, para fugir da fiscalização.

"Hoje é comum encontrarmos animais mortos nas estradas, fugindo da devastação das matas. Já encontramos lobos, raposas, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, lontra, quati, tatu, serpentes, garças, corujas, lagartos, além de peixes mortos no rio, como surubins, que chegam a pesar 40 quilos. Plantam cana até na beira dos rios e das lagoas", afirma Francisco Colares, professor de zoologia na Faculdade de Biologia e Meio Ambiente de Iguatama.

Segundo Colares, a usina de Lagoa da Prata utiliza a água do São Francisco em todo o processo de produção - para irrigação durante o cultivo, para lavar a cana depois da colheita e para resfriar as caldeiras no processamento. Em um dos pontos de captação, o bombeamento é de 500 litros por segundo - quantidade de água suficiente para abastecer todo o município.

O processo de expansão é intenso. A Empresa Total está construindo uma usina em Bambuí e está prevista a implantação de mais três usinas na região - duas em Arcos e uma em Iguatama, além da expansão da produção em Lagoa da Prata. O cultivo de cana chega até a Zona de Amortecimento do Parque Nacional da Serra da Canastra, considerada pelo Atlas da Biodiversidade em Minas Gerais como sendo de importância biológica extrema.

O parque fica entre as nascentes do rio São Francisco e a bacia do Rio Grande. A preservação da Zona de Amortecimento, ou área circundante ao parque, é essencial para garantir sua conservação. A produção de cana no local causa grande impacto, por seu potencial invasor, pelo intenso uso de agrotóxicos, entre outros. A Usina Itaiquara se instalou no município de Delfinópolis e plantou cana em áreas de preservação permanente, próximas ao grande reservatório de águas de Furnas.

"A cana chega até a margem do reservatório; plantam cana praticamente dentro d'água. Desmataram a área e praticaram queimadas, o que representa um grande risco para toda a região. O Ministério Público moveu uma ação contra a empresa e esperamos que a área seja recuperada em breve e que os responsáveis sejam punidos pelo dano ambiental. È necessário que os órgãos competentes fiscalizem essa atividade, pois a monocultura traz sérios problemas ambientais. O Brasil deveria priorizar uma agricultura diversificada", afirma Joaquim Maia Neto, Chefe da unidade do IBAMA responsável pelo Parque Nacional da Serra da Canastra.

O Secretário de Agricultura e Meio Ambiente do município de Luz, Dario Paulineli, descreve outros impactos na região. "A cana se expandiu rapidamente nos últimos anos. A empresa Louis Dreyfus fez muitos contratos de arrendamento com agricultores locais e o impacto ambiental foi enorme. A usina aplica o veneno de avião e atinge os agricultores vizinhos e a população das cidades. Desmatam madeira de lei, árvores protegidas por lei como o pequizeiro e a gameleira, plantam cana perto das nascentes dos rios, não respeitam os estudos de impacto ambiental. Muitos animais estão morrendo com a devastação das matas".

Para o agricultor Gaudino Correia, não vale a pena arrendar a terra. "Os contratos são de 12 anos e depois disso a cana já acabou com tudo. A usina usa máquinas pesadas para preparar a terra e causa erosão do solo. Depois queimam a cana e a cinza se espalha por toda a região. Eu não quis arrendar minha terra e estou cercado de cana. Aqui não tem mais terra para lavoura e por isso subiu tanto o preço dos alimentos. Meus vizinhos deixaram de produzir milho, feijão, café, leite e arrendaram a terra para a empresa Total. Eu ainda planto milho, feijão, e produzo leite, mas para o produtor o preço não aumentou, só para o atravessador e para a população. Ainda consigo produzir leite porque faço a ração. Se fosse comprar, não sobrava nenhuma renda. O preço da ração aumentou 50% e fica difícil criar animais".

O agricultor Sebastião Ribeiro tem a mesma posição. "A usina insistiu, mas eu não quis arrendar minha terra. Meus vizinhos arrendaram e depois ficaram com depressão, porque é o mesmo que perder a terra. O que vai acontecer se os agricultores deixarem de plantar alimentos?" Ribeiro explica também que a usina faz irrigação da cana com pivô central, usando água do São Francisco.

Especialistas alertam que não há fiscalização eficiente sobre os impactos sociais e ambientais. "O Estado deveria priorizar a preservação das nascentes dos rios. É como desgastar as veias que levam o sangue para o coração. Essa expansão tem sido muito rápida e a idéia é dobrar a produção de cana na região. A agricultura familiar vai sumir e podem faltar alimentos", afirma Lessandro da Costa, diretor da Associação Ambientalista do Alto São Francisco.

Apesar da propaganda das empresas, que dizem gerar emprego e desenvolvimento, organizações locais denunciam que as usinas não respeitam leis ambientais e trabalhistas. "Usam venenos violentos que afetam a saúde dos trabalhadores e da população. Onde antes se produzia milho, feijão, café, leite e outros alimentos, agora é só cana. Não há crédito para os pequenos produtores, mas o Banco do Brasil tem dinheiro de sobra para incentivar as grandes usinas, que destroem o cerrado e a Amazônia. Essa política vai deixar uma herança de destruição", afirma Carlos Santana, assessor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bambuí.

Ele explica que "Aqui tem serviço, mas só braçal. Os trabalhadores chegam de todas as partes do país para cortar cana e o aluguel na região aumentou muito. Outra conseqüência foi o congestionamento do sistema de saúde pública. Os cortadores de cana recebem por produção e isso causa a exploração. Muitos ficam doentes e não conseguem mais trabalhar".

O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa da Prata, Nelson Rufino, denuncia que, "A usina Louis Dreyfus causa grande destruição do meio-ambiente. O trator da empresa arranca as árvores e depois enterra para esconder o crime ambiental. Somente metade dos canais onde depositam o vinhoto é feita de cimento. Nos outros canais o vinhoto vai direto para o subsolo e para os rios. Nós chamamos o vinhoto de "água que fede".

Rufino descreve ainda os impactos sociais nos municípios da região. "As cidades estão totalmente cercadas porque a cana chega até as áreas urbanas. A empresa joga veneno de avião e o índice de câncer na população é enorme. Só na minha família temos cinco casos de câncer e isso é comum na cidade. Há mais de 140 trabalhadores afastados por problemas de saúde como tendinite, problemas de coluna, asma e outras doenças pulmonares. Temos registros de cinco casos de mortes por acidentes de trabalho. Dois trabalhadores caíram nas caldeiras, um morreu durante a queima da cana e outros dois morreram em acidentes com o trator".

Grande parte dos cortadores de cana é migrante e está vulnerável à exploração e ao preconceito. O local onde vivem em Lagoa da Prata é chamado de "Carandirú". Rufino afirma que "Para os trabalhadores a situação piorou porque perdemos renda. Ano passado fizemos uma greve de 45 dias e conseguimos um aumento de $2,50 para $2,80 por tonelada de cana cortada. Mas a empresa quer buscar uma forma de nos incriminar e está processando o sindicato".

Outra forma de manipular os trabalhadores é estimulando a competição. Para isso, a empresa os divide em grupos, de acordo com a quantidade de cana cortada. Quem não cumprir a meta não será contratado na próxima safra. Aqueles que atingem a maior meta vão para a turma dos "touros", que cortam de 17 a 25 toneladas de cana por dia. Muitos trabalhadores desse grupo foram afastados por problemas de saúde e agora são chamados de "bezerros doentes".

Mesmo em áreas onde já havia atividade agrícola, o monocultivo da cana gera um grau muito maior de devastação porque substitui agricultura diversificada por cultivos homogêneos e contínuos, o que leva à destruição total das reservas florestais. A demanda das empresas por grande quantidade de terras de boa qualidade, com acesso à água e à infra-estrutura, gera devastação dos recursos naturais e da agricultura local. Portanto, não é verdade que a indústria da cana se expande para áreas degradadas e terras marginais, como afirma o governo.

Moacir Gomes, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bambuí, conclui que, "O presidente Lula não conhece a realidade. Como pode dizer que a cana não substituiu áreas de produção de alimentos? As usinas estão trazendo miséria e vai faltar comida na mesa da população".

- Maria Luisa Mendonça é jornalista e coordenadora da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. Brasil de Fato, 2 de julho de 2008 - fonte: Agencia Latinoamericana de Información

domingo, 23 de agosto de 2009

Protocolo do São Francisco

Estou incluindo um abaixo-assinado eletrônico que substituirá o Protocolo do São Francisco, originalmente concebido. Essa decisão favorece maior participação pública e dá visibilidade imediata às propostas apresentadas neste documento.
O endereço eletrônico da petição onde deverá ser feita sua adesão é:
http://www.ipetitions.com/petition/velhochico
Aguardo sugestões e comentários: ajudem-me a melhorá-lo! Colabore na divulgação desse documento, enviando-o a seus amigos e pedindo a participação de todos!

Veja abaixo o texto do abaixo-assinado:
O aquecimento global, os desmatamentos, a ocupação agrícola descontrolada, a exploração intensiva do solo e o uso de defensivos agricolas cada vez mais potentes, a construção de barragens de grandes proporções, provocam desequilíbrios ambientais irreversíveis e, principalmente, a redução assustadora das reservas de água potável em todo o mundo, sinalizando um futuro assustador para a humanidade.

O Brasil é um país privilegiado pelos seus recursos naturais, principalmente hídricos, os maiores do mundo. No entanto, todos esses fatores mencionados vêm causando degradação acelerada de nossas reservas naturais, aproximando-nos, perigosamente, dos limites suportáveis e reversíveis de exploração.

Por outro lado, os conflitos internacionais pela posse desses recursos sinalizam riscos cada vez maiores à nossa soberania e sobrevivência, na medida em que não somos capazes de administrá-los e protegê-los.

A bacia do São Francisco é um complexo hídrico e ecológico singular, uma vez que totalmente inserida em nossas fronteiras, com grande extensão navegável, quase uma centena de afluentes permanentes, e enorme extensão de terras banhadas por suas águas, e delas dependentes para seu cultivo e sobrevivência.

Nesse contexto, conclamamos governadores, prefeitos e vereadores das regiões abrangidas pela bacia do São Francisco a assegurarem, em seus planos de metas e de compromissos com a população, o planejamento e a execução de ações de preservação ambiental e de recuperação das águas do rio São Francisco, seus afluentes e de seu entorno, prioritariamente a obras de transposição ou de irrigação, compreendendo:

· Tratamento de esgotos domésticos, industriais e agrícolas, antes de serem lançados aos rios;

· Recuperação da mata ciliar, principalmente nas cabeceiras dos rios e em suas confluências; vale lembrar que a extensão das matas ciliares deve ser, por lei, igual ou maior que a largura dos rios em cada uma de suas margens (e, no mínimo, de 30 metros);

· Incentivos fiscais a empresas não poluentes (indústrias, agricultura, pecuária) ou aquelas que se comprometam com prazos razoáveis em não mais poluir;

· Disciplinas escolares abordando a preservação do meio ambiente, recuperação da memória histórica, ênfase nos aspectos mais relevantes da importância do rio São Francisco, com o objetivo de se criar uma consciência ambiental sólida e consistente nas futuras gerações;

· Estabelecimento de metas de curto, médio e longo prazo para compatibilizar as atividades das empresas privadas e do setor público dos governos federal, estaduais e municipais com os objetivos propostos neste documento;

· Criação de um prêmio anual de incentivo a ações preservacionistas relevantes, com apoio de governos estaduais, municipais e federal e patrocinado por uma grande empresa de expressão nacional;

· Desenvolvimento de campanhas de conscientização e criação do dia anual de preservação do rio São Francisco.

Na passagem pelas cidades ribeirinhas, pretendemos apresentar este protocolo aos prefeitos e vereadores, buscando obter apoio político, formalizado através de assinatura eletrônica neste documento.

Em cada localidade em que passarmos será oferecida palestra de conscientização aos moradores, através da qual serão expostos os princípios do Protocolo do São Francisco e potenciais impactos à vida na bacia do São Francisco.

Ao final da expedição providenciaremos o envio do documento eletrônico aos governos federal, dos estados da bacia do São Francisco, associações de municípios, Ministérios do Meio Ambiente, das Minas e Energia, da Integração e Desenvolvimento Regional, do Turismo, dos Transportes e da Defesa, CHESF, CEMIG e CODEVASF, solicitando apoio a iniciativa e conclamando à continuidade das ações preservacionistas.

Entendemos que ações como esta poderão provocar, em curto prazo, a mudança da mentalidade de políticos, de autoridades e da própria população do país quanto ao uso e preservação de nossos recursos naturais.

O endereço eletrônico da petição onde você registrará seu apoio é:

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Uma Riqueza Incalculável!



Enquanto a quase totalidade dos países desenvolvidos já esgotou suas reservas naturais, o Brasil ainda detém parcela expressiva de seus recursos hídricos, minerais, florestais, sua fauna, cavernas e cerrados, podendo, inclusive, reverter o quadro de desmatamento, incêndios e desolação causado pelos avanços da agro-indústria, da pecuária, das madeireiras e das mineradoras.

Na Amazônia, grande parte dos territórios do Pará e do Mato Grosso já está irremediavelmente perdida pela exploração descontrolada. No entanto, cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados de florestas ainda subsistem dentro de nossas fronteiras; isso representa metade de nossa extensão territorial como Nação.
Da Mata Atlântica, menos de 7% restaram preservados; no entanto, trata-se de uma das mais complexas biodiversidades do planeta, e localiza-se dentro dos territórios mais desenvolvidos de nosso país. Mesmo sendo uma área protegida, a Mata Atlântica sofre intensas pressões desenvolvimentistas pela sua ocupação e destruição, principalmente pela indústria extrativista.
O Cerrado tem sido devastado intensamente nos últimos 50 anos; hoje é o bioma mais ameaçado do Brasil, apesar de suas riquezas e complexidade. As plantações de soja, a criação de gado, a exploração da madeira e a produção de carvão ameaçam destruir esse frágil ecossistema, onde as águas dependem de fontes extremamente vulneráveis, como as matas de galeria, que protegem o lençol freático que as sustenta, em um "comensalismo" fantástico.
De nossas bacias hidrográficas, a Amazônica é a maior do mundo e ainda se encontra satisfatoriamente preservada. Muitos dos seus afluetes estão entre os maiores rios do mundo, seja em extensão ou em volume de águas. No entanto, as novas hidrelétricas em construção ameaçam esse território e podem acelerar a ocupação da Amazônia e sua devastação.
O rio São Francisco foi a primeira grande bacia hidrográfica descoberta no Brasil, em 1501, ainda antes do início do processo de colonização portuguesa. Por isso, ao longo desses 500 anos vem sendo ocupado e degradado continuamente, restando pouco de suas matas ciliares; a maioria de seus afluentes, e ele próprio, estão contaminados pelo esgoto doméstico e industrial, e pelos produtos químicos usados nas lavouras e pastagens; o rio se esgota lentamente.
Apesar de todos esses ataques às nossas riquezas naturais, ainda é tempo de autoridades, pesquisadores, educadores, empresários e população em geral darem-se conta da imensa riqueza que esse patrimônio natural representa hoje e poderá representar no futuro, quando as demandas por alimentos, por fármacos, por água exercerem pressões insustentáveis no mundo, devido ao crescimento populacional e ao esgotamento de outras fontes de energia.
Principalmente as águas! Sabemos que o volume de água doce no mundo é insuficiente para atender a uma superpopulação em crescimento. Quem detiver as maiores reservas de água terá um tesouro de valor inestimável em suas mãos, maior até do que representou o petróleo desde o início do século passado. Por isso precisamos criar políticas públicas que assegurem a perpetuação dessas riquezas e sua exploração controlada e sustentável...
A proteção desses recursos naturais passa, necessariamente, pela revisão dos critérios de proteção ambiental, pela definição de reservas ecológicas que protejam todos os mananciais importantes, pela imposição de penas rigorosas àqueles que poluam fontes de águas e destruam suas matas ciliares, pela definição e execução de programas educacionais voltados para a conscientização ambiental das futuras gerações que herdarão o nosso país!

Mais um aviso de que a água pode faltar

[EcoDebate] A Semana Mundial da Água teve início no domingo em Estocolmo, na Suécia, e segue até o próximo sábado com especialistas do mundo todo discutindo este líquido cada vez mais precioso.

Mas já na semana passada o tom de preocupação que domina o encontro era antecipado por Colin Chartres, presidente do Instituto Internacional de Gerenciamento de Água, ou IWMI, sigla do nome em inglês. A organização tem sede no Sri Lanka e levou para os debates da Semana da Água na capital sueca um relatório impactante sobre a necessidade de revitalização da irrigação na Ásia.

Em alerta feito numa entrevista à agência Reuters distribuída no mundo todo, o presidente do IWMI dizia que só com a conservação da água e o aumento da produtividade no campo é que será possível alimentar a população adicional de 2,3 bilhões de pessoas, a previsão de aumento populacional do planeta até 2050 — hoje estamos em 6,8 bilhões.

A Ásia é um continente que causa grande apreensão, com seus 1,5 bilhões a mais de população previstos também para 2050. Para o encontro em Estocolmo o IWMI preparou junto com a Organização de Alimentos e Agricultura, da ONU, um relatório com estudos sobre a imensa demanda de alimentos que será criada com o aumento populacional.

A questão vital é onde arrumar água para tanta gente. “Se você olhar as tendências atuais”, diz Chartres, “verá que precisaremos de muito mais água, e nós não temos”. Sem racionalizar o consumo e investir na preservação, teremos tempos bem ruins pela frente.

A agricultura é o setor que mais usa água. Em muitos países este consumo é de 70%, noutros pode chegar a 90%. Para agravar o problema, a agricultura também é altamente poluidora. No Brasil, é a segunda maior fonte de poluição, perdendo apenas para o esgoto doméstico.

Segundo Chartres, até 2030 a demanda na Índia vai exceder o fornecimento de água em torno de 20% a 40%. No momento a demanda naquele país é um pouco menor do que o suprimento.

Os problemas hídricos da Índia deviam ser tomados como um exemplo mundial, como uma precaução em relação ao que pode acontecer em outros países, caso não seja corrigido o uso descuidado da água. Outro estudo publicado também na semana passada pela revista científica Nature mostra que a escassez de água que hoje aflige os indianos tende a piorar. Conforme a publicação, as reservas do norte daquele país estão se esgotando.

O trabalho foi desenvolvido com a tecnologia do Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa, e do Centro Aeroespacial da Alemanha, usando um sistema de satélites lançado em 2002 que tem a capacidade de indicar mudanças nos estoques de água do subsolo a partir de variações na gravidade terrestre.

Com este suporte, os cientistas chegaram ao indicativo de que as reservas de água no subsolo que vai da capital, Nova Délhi, até os cinturões agrícolas caiu a uma taxa de 4 milímetros de 2002 a 2008. A perda implícita é mais que o dobro do maior reservatório do país. E pior, esta queda ocorreu em anos em que não houve falta de chuvas.

Por conta disso, a questão da água entrou na agenda política indiana. E de forma meramente demagógica. Torna-se comum os políticos prometerem eletricidade gratuita para agricultores extraírem água do subsolo.

O ponto dramático da questão é que a escassez vem em grande parte exatamente dessa prática. A chamada Revolução Verde indiana aumentou de forma extraordinária a produção agrícola fazendo uso da água subterrânea para irrigação, recurso contrário à preservação.

As soluções de longo prazo encontradas com o estudo do IWMI também apontam longe dos gastos com projetos caros de infraestrutura. Hoje na índia, por exemplo, os políticos estão pensando em grandes programas de transferência de água dos rios, a exemplo do que vimos no Brasil, com a obsessão pela transposição do rio São Francisco.

Chartres diz que há uma porção de coisas que se pode fazer antes de optar para estes esquemas caríssimos. A conservação dos recursos hídricos e o uso equilibrado da água em todas as atividades humanas ainda é o caminho mais indicado.

Fonte: Colaboração do Movimento Água da Nossa Gente para o EcoDebate, 21/08/2009

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